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segunda-feira, junho 16, 2003
Deu ontem na televisão mais um documentario sobre a II Guerra Mundial. A novidade é que este consistia apenas em imagens a cores, que na altura ainda eram raras. Retratavam essencialmente a libertação da França.
É curioso ver as coisas de outra maneira: como começou por esta altura do ano e se estendeu por todo o verão, os tanques americanos que foram da Normandia para a Bretanha, iam por caminhos verdejantes, cobertos de camuflagem verdejante.
Ao chegar a Paris, as raparigas que lhes subiam para cima e beijavam os GI's tinham vestidos floridos de cores vivas.
Por todo o lado agitavam-se os azuis e vermelhos das bandeiras francesas, inglesas, americanas.
Chegou depois a cor mais pardacenta dos soldados franceses prisioneiros e exilados, muitos deles com cartas da familia no bolso ("Não escrevas mais à tua mulher."). Se, por distracção, la' passavam perto dos vizinhos, ficavam com os ouvidos entupidos de "Eh cornudo!".
Mas também os cemitérios da Normandia com, lado a lado, o castanho da terra remexida nas campas recentes de soldados americanos e o verde da relva de duas décadas nas campas dos seus pais.
E cruzes brancas. Muitas.
Jorge Moniz às 11:45 |
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