(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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sexta-feira, junho 20, 2003



Há uns anos tive uma experiência caricata no cinema.
Foi a primeira e a última vez que entrei nas salas do Vasco da Gama.
Eu já sabia que não ia gostar do cheiro das pipocas, do barulho das pipocas, do barulho dos "aspiradores" de coca-cola.
Mas não contava ter isto tudo exactamente no lugar à minha frente, exactamente no lugar à minha direita e exactamente no lugar atrás de mim. À minha esquerda não havia problema, era quem estava comigo.
E não contava que o filme começasse sem som, que o som aparecesse passados 10 minutos, que o filme parasse passados mais 5 minutos e que demorassem 20 minutos a rebobiná-lo.
Aprendi uma coisa, no entanto: é que o lucro da venda das pipocas serve para pagar a senhoras da limpeza para aspirarem os restos de pipocas em todos os intervalos entre sessões!
Por causa disto tudo, raramente me lembro do fabuloso filme que era.
Revi-o ontem na televisão e chama-se The Green Mile.

Jorge Moniz às 07:45 |