(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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segunda-feira, junho 23, 2003



Peguem no S. António, tirem o relevo de Alfama e multipliquem por n vezes. Tirem as sardinhas e juntem o merguez. Tirem as marchas populares e ponham... qualquer coisa: cada bar com uma bateria e umas guitarras na esplanada, ópera, canto gregoriano, quartetos de sopro, mini-orquestras de câmara, jazz, oriental, latina, percussão (os "Tóca rufar" daqui chamam-se "Les enfants de la batterie"!), instrumentos nunca vistos, tudo isto, bem entendido, na rua. A única regra é ser gratuito. E ainda o espectáculo de inauguração das novas 20 000 lâmpadas de flash da Torre Eiffel (Simply Red, Robbie Williams,...) e outros concertos de palco, como o excelente dos Gotan Project no Palais Royal. E quem tem algum instrumento musical em casa leva-o com os amigos para a rua. Para Paris não sei, mas na França inteira foram 20 000 concertos num só dia. E a música foi ainda celebrada em cidades de 120 países, de Washington a Kabul.

Jorge Moniz às 14:05 |