(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quinta-feira, julho 03, 2003



Ainda o tango. Há quase 10 anos no Teatro da Trindade. Um par argentino em cima de uma minúscula mesa quadrada, quase sem espaço para mexer os pés. Uma voz masculina e idosa levanta-se do público: "Isto não é tango! Isto é uma pouca-vergonha!". Levantam-se outras vozes: "Schiu!", "Se não gosta, vá-se embora!". A primeira voz levanta o corpo de onde sai e partem ambos. No palco continua o tango em cima de uma mesa, consciente de ser muito mais olhares do que passos.

Jorge Moniz às 08:32 |