(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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terça-feira, julho 15, 2003



Existem duas ilhas chamadas Diomedes. A Grande Diomedes e a Pequena Diomedes. A primeira tem uns 30 km2 e a segunda cinco vezes menos. Distam cerca de 3 km uma da outra, que no inverno se fazem bem a pé, por cima do gelo. Indo da maior para a menor, demore-se o tempo que se quiser, chega-se sempre um dia antes - entre elas passa a linha internacional de mudança de data, no meio do Estreito de Bering. Uma é russa, outra americana e naturalmente há família e amigos espalhados entre elas, até porque o Alasca só foi comprado pelos Estados Unidos à Rússia em 1867. Família e amigos que desde 1948 até há alguns anos não puderam manter contacto. Um muro de Berlim em gelo. Onde no verão se pescam caranguejos azuis de um metro de largura.

Jorge Moniz às 13:31 |