(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



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o passado

 
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segunda-feira, julho 07, 2003



Há algum tempo que não aparece aqui uma listagem ligeira de histórias ou notícias perfeitamente inúteis. Cá vai:

Começou neste fim-de-semana a 100ª Volta a França. Várias etapas deste ano são iguais às da primeira volta em 1903. Excepto as de montanha, que na altura não havia. Não dava muito jeito porque as bicicletas ainda demoraram uns anos até terem mudanças e mesmo travões! No fim da etapa desciam da bicicleta em andamento e abrandavam a corrida até pararem.

Televisão de férias: a maioria dos programas entram de folga e ficamos com versões best-of da temporada, ou com outros programas só para o verão. É também a ocasião de testar novos apresentadores. Entre os clássicos de todos os verões há o "Fort Boyard" e a "Caça ao Tesouro" (só que sem "Corre, corre Catarina!": são dois concorrentes um contra o outro e um único apresentador que não sai do helicóptero).

Anda aqui uma moda feminina ridícula, que parece que veio dos Estados Unidos: calças muito, mas muito descaídas, de modo a que se possa ver um pouco do fio dental atrás (normalmente numa cor bem garrida). Já vi alguns destes espécimes na rua; uma até levava as mãos às ancas para puxar as calças ainda mais para baixo...

Faleceu a Condessa de Paris, uma tal de Isabel de Orleans e Bragança. Ainda deve ser aparentada aí do Irrigador...

Documentário sobre S. Petersburgo: num bar, dois irmãos gémeos ganham uns trocos com os turistas ao fazerem-se de sósias de Lenine. Enquanto jogam Monopólio.

Durante 10 dias decorreu a Armada de Rouen, onde se reúnem de 4 em 4 anos dezenas de veleiros de todo o mundo. Só na despedida ontem estavam 2 milhões de pessoas nas margens do Sena ao longo dos 100 km entre Rouen e a foz no Havre.
Durante a estadia houve as normais visitas a bordo, festas à noite, fogo-de-artifício diário, etc. Os mais animados eram os indonésios que não paravam de dançar (e que deixaram muitas meninas lavadas em lágrimas nos cais).
No meio daqueles veleiros todos, havia um que se destacava por ser o único com as velas decoradas. Com
as cruzes da Ordem de Cristo (já agora, o Comandante do Sagres II é um autêntico sósia do António Lobo Antunes e fala um francês impecável).
Aprendi também que a vida de marinheiro já não é o que era: com uma máquina fotográfica digital e um PC portátil, vão-se enviando umas recordações lá para casa. Um paliativo para as saudades que pode baixar os riscos do amor em cada porto...

Jorge Moniz às 09:07 |