(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

This page is powered by Blogger.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com















quarta-feira, julho 16, 2003



Isto já parece clima tropical: ao fim do dia quente vem a tempestade. É bom abrir as janelas (com as portadas fechadas!) para entrar o barulho da chuva, o ar fresco da chuva, o cheiro da chuva (e a trovoada também, por arrastamento).
Menos sorte teve o pessoal perto de Bordéus: esta noite houve parques de campismo devastados, dezenas de feridos e milhares de pessoas que passaram o resto da noite em escolas e afins, com imediato acompanhamento psicológico. O quê? Acompanhamento psicológico só por causa de um temporal e uma noite no chão da escola? Qualquer dia somos umas flores de estufa sem poder sofrer emoções fortes: o Benfica sofre um golo - apoio psicológico; a namorada está com um atraso de alguns dias - apoio psicológico; a nota do exame só sai daqui a uma semana - apoio psicológico; o chefe dá um raspanete - apoio psicológico.

Jorge Moniz às 11:03 |