quinta-feira, julho 10, 2003
Mais uma vez no livro que ando a ler, a propósito da Guerra de 14-18:
"Pode ser – como o creio de bom grado – que nos outros países, entre os inimigos e até entre os aliados, esse curto-circuito do fadário tenha sido considerado, antes de mais nada, como uma catástrofe e grand malheur; expressão esta que, no decorrer da campanha, ouvimos frequentemente da boca de mulheres francesas, que, por sua vez, tinham a guerra no seu solo, nos seus quartos e nas suas cozinhas (...) Na nossa Alemanha, não há que desmenti-lo, predominava sobretudo o sentimento de enlevo, entusiasmo histórico, alegria de pôr-se em marcha, dispensa dos afazeres quotidianos, libertação de uma inércia generalizada que assim não podia continuar."
Não me apetece estar a pensar em todos os casos para ver se a generalização é abusiva, mas: os países mais afoitos para a guerra são aqueles que não estão habituados a tê-la em casa.
Quem morre longe é herói (até pela informação convenientemente filtrada ou deformada pelos militares e governantes, a bem da moral da nação em período bélico - até certo ponto compreensível).
Quem é invadido e sobrevive tem outra opinião.
Jorge Moniz às 17:17 |
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