(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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terça-feira, julho 22, 2003



Num filme qualquer. Um casal de namorados sentados na cama a comer pipocas e a ver televisão.
Ela – Sabes uma coisa... quando estou a fazer as sandes para o meu pai tenho vómitos.
Ele – Não admira, com aquelas porcarias que ele come!
Ela – Não percebeste nada do que eu disse!
Tirou o som da televisão e ficaram os dois calados. Pensei: aí vem mais uma daquelas histórias quando-digo-que-tenho-sede-não-é-para-me-trazeres-um-copo-de-água-é-para-me-perguntares-por-que-é-que-tenho-sede.
Na cena seguinte está ela a fazer uma ecografia:
Ela – Mas não pode ser, o Sr. Doutor sabe que eu tomo sempre a pílula.
Sr. Dr. – E não teve nenhuma gastroenterite?
Ela – Não.
Sr. Dr. – E não tomou outros medicamentos?
Ela – Não.
Sr. Dr. – Nenhum antibiótico?
Ela – Não.
Sr. Dr. – Não vomitou?
Ela – ...

Jorge Moniz às 10:33 |