(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

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segunda-feira, julho 21, 2003



O Pacheco Pereira, que muito tem escrito sobre o mundo dos blogues, resumiu agora tudo desta maneira:

"Nos blogues ...

… as pessoas zangam-se muito, são muito piegas, são malcriadas, são gentis, são espertas, são espertinhas, são parvas, copiam, fazem de conta que não copiam, irritam-se, reconciliam-se, cuidam muito da sua identidade, dão-se todas aos estranhos, representam, representam-se, são azedas, são poucas vezes alegres, são tristes, são tristonhas, são fúteis, são totalmente fúteis, têm interesse, têm interesses, têm egos gigantescos, têm egos pequeninos, têm que “dizer-qualquer-coisismo” , deixam cair muitos nomes, deixam cair muitos livros, parece que lêem muito, lêem muito, não lêem quase nada, nunca vêem televisão, tem graça, são engraçadinhas, têm tribos, têm fúrias, têm territórios, estão sozinhas, estão tanto mais sozinhas quanto mais acompanhadas, têm alguns pais, começam a ter filhos, têm maridos, não têm amantes, têm “o que escrevo é para ti”, têm “o que escrevo é só para ti”, têm “o que escrevo é só para ti”, mas é só para mim , ou para o outro(a), não têm muita paciência, têm pressa de chegar a algum lado, têm a esperança de chegar a qualquer lado, estão convictos que não vão chegar a lado nenhum, têm quereres, têm birras, são meli-melo, são assim …

… porque se calhar é assim na vida toda.
"

e a mim apeteceu-me fazer um Editorial do Homme:

Quando criei este blogue, foi a pensar exclusivamente em vocês (que sabem quem são), para mantermos um contacto colectivo não possível presencialmente e limitado com o e-mail. Na altura muito pouca gente conhecia o conceito, mas eu também nunca quis isolar o Homme (para isso há uma opção de confidencialidade no blogger).
Nos últimos tempos, com a mediatização dos blogues (e consequente explosão do seu número), nasceram os tais directórios e índices, onde eventualmente o Homme apareceu, sem eu andar a fazer publicidade (tenho mais necessidade de escrever do que de ser lido...). Isto tem-nos trazido algumas novas visitas, que são muito bem vindas. Nunca somos demais quando apetece morder!

Jorge Moniz às 12:29 |