(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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segunda-feira, agosto 04, 2003





Não, ainda não chegámos aos 45 ºC de Lisboa. Vamos com uns fresquinhos 38 ºC, que aqueceram muitos carros nos 800 km de engarrafamentos deste fim-de-semana da grande partida para férias. A cidade está cheia de lugares para estacionar, dá para atravessar a rua com semáforo vermelho e até se anda sentado nas linhas mais movimentadas do Metro. Hoje de manhã ao sair de casa enquanto caminhava pela rua ouvia os meus passos.
Nesta altura, multidões em Paris, só na praia. Sim: Paris-plage. Desde antes do Louvre até depois de Notre-Dame, cerca de 3 km com 3000 toneladas de areia nos cais do Sena. E chapéus de sol, áreas de desporto, esplanadas, música ao vivo, chuveiros, postos de socorros, jogos, etc. Respondendo à vossa pergunta: não, não há mergulhos no rio para ninguém.
Mais complicada está a vida das centrais nucleares. A temperatura no compartimento dos reactores não pode passar dos 50 ºC e numa delas anda pelos 48 ºC. Os responsáveis tiveram uma ideia diferente: regar as paredes exteriores com aspersores tipo relva. Noutros casos baixou-se mesmo a produção da energia eléctrica, porque os rios estão sem caudal suficiente para o consumo normal das torres de arrefecimento.
Há também restrições à utilização de água em várias zonas do país: lavagem de carros, rega, fontes públicas, campos de golf... Os níveis do ozono dispararam; nas auto-estradas à volta de Paris a velocidade está limitada a 30 km/h abaixo do normal.

Ali o corredor está cómico: as portas todas com calços para não fecharem e haver alguma circulação de ar. Também fiz o mesmo aqui e na linha que une a porta à janela que abri está-se bem. De resto tenho o reactor a 80 °C e quanto ao computador... experimentem meter a mão em cima dos vossos monitores! Já recebi o conselho de fazer um back-up do meu trabalho num servidor protegido. Aguardamos a todo o momento o famoso e-mail a dizer que quem não tem ar-condicionado deve desligar os PC's...

Em casa descubro que os vidros duplos também são úteis no verão.

Jorge Moniz às 14:09 |