(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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sábado, novembro 01, 2003



Na Visão lê-se:

A suspeita há muito que existia mas um relatório hoje divulgado nos Estados Unidos não deixa margem para dúvidas: a Casa Branca beneficiou mais de 70 empresas americanas que ganharam contratos no Iraque e no Afeganistão, no valor de 8 mil milhões de dólares. Pormenor adicional: essas empresas contribuíram decisivamente para a eleição de George Bush, pois todas elas financiaram a campanha do actual Presidente. A acusação pertence ao Center For Public Integrity, uma organização não governamental com sede em Washington, ficando ainda a saber-se que os 10 contratos mais importantes - entenda-se os que envolviam mais dinheiro - foram parar às firmas que empregaram indivíduos hoje com responsabilidades na administração Bush.
Exemplos não faltam e o mais elucidativo envolve a Halliburton e o seu antigo director geral, Dick Cheney, hoje vice-Presidente dos EUA. Uma filial desta empresa, a KBR, tem a seu cargo empreitadas em território iraquiano que envolvem mais de 2,3 mil milhões de dólares.

Para conhecer melhor os resultados desta investigação - incluindo nomes, quantias e contratos - consulte www.publicintegrity.org. Para conhecer as principais visadas neste estudo consulte www.halliburton.com. Ou www.bechtel.com


E no Pano do pó faz-se a análise política:

E por cá chateamo-nos com cunhazitas para meter filhas de ministros na universidade.
Cambada de amadores...


Por estas e por outras é que eu continuo a defender o financiamento exclusivamente público dos partidos políticos. E se uma parte pode depender dos resultados eleitorais obtidos, outra deve ser igual para todos. Senão é a pescadinha de rabo na boca (ou, em francês, le serpent qui se mord la queue!): para ter votos é preciso dinheiro e para ter dinheiro são precisos votos.

Jorge Moniz às 22:04 |