(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quarta-feira, novembro 12, 2003



O miúdo de 12 anos volta à escola. Esteve afastado durante uns meses para tratamento de um cancro. De modo a ultrapassar alguma dificuldade na reintegração, há reuniões dos pais com os professores, encontros com uma psicóloga e prepara-se uma festa a homenageá-lo. Um dia destes ele sai da escola com um colega, provavelmente vão a falar destas coisas quando chegam à passadeira. Um carro pára para deixá-los passar. O outro carro que na faixa ao lado não parou, eles só o viram de 8 metros de altura.

Jorge Moniz às 09:16 |