(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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terça-feira, fevereiro 24, 2004


Boneco:
É para ti que eu escrevo hoje. Sabes, é que é feriado em Portugal, mas aqui não. Bom, eu sei que não é bem feriado, é tolerância de ponto, ou lá como é que se chama. Mas o que eu quero dizer é que ninguém está a trabalhar por lá, por isso escrevo quase só para ti, pronto. Sim, de facto parece paradoxal, mas as pessoas lêem estas coisas é durante a semana, nos seus locais de trabalho e não nos tempos livres. Nos tempos livres fazem coisas mais interessantes do que andar na internet a fingir que estão a trabalhar. Como eu. Quer dizer, agora já não, porque esta é a minha última semana aqui e já está quase tudo tratado.
E tu boneco? O que tens feito? Só ouves, não é? Na qualidade de boneco não podes falar, não podes responder aos disparates que as pessoas te dizem, por isso ouves apenas. É essa a função do boneco: ouvir. Ou ler, neste caso. Tu sabes ler, boneco? É que nunca te vi os olhos a mexer e se não sabes ler, estou para aqui a perder o meu tempo. Olha vou ali arranjar um sintetizador de voz para poderes ouvir o que eu escrevo, tá bem? Volto já.

Jorge Moniz às 12:05 |