(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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segunda-feira, março 22, 2004





Eu quero
Marcar um z dentro do teu decote
Ser o teu zorro de espada e capote
Para te salvar à beirinha do fim.
Depois
Num volte face vestir os calções
Acreditar de novo nos papões
E adormecer contigo ao pé de mim.

Eu quero
Ser para ti a camisola 10
Ter o Benfica todo nos meus pés
Marcar um ponto na tua atenção.
Se assim
Faltar a festa na tua bancada
Eu faço a minha última jogada
E marco um golo com a minha mão.

Eu quero
Passar contigo de braço dado
E a rua toda de olho arregalado
A perguntar "como é que conseguiu?"
Eu puxo
Da humildade da minha pessoa
Digo da forma que menos magoa
"Foi fácil... ela é que pediu."


João Monge

Jorge Moniz às 21:10 |