(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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segunda-feira, abril 05, 2004


Porquê?
Porque foste a única a quem não meti os cornos.
Porque te enchia de mimos todos os dias.
Porque nunca te dei ordens.
Porque nunca te levantei a voz.
Porque me lembrava sempre de todas as datas importantes.
Porque nunca te dei uma prenda atrasado.
Porque nunca te fiz uma cena de ciúmes.
Porque te tocava onde nem sabias que querias e te virava e rodopiava e surpreendia.
Porque esperava sempre por ti.
Porque nunca te troquei por um jogo de futebol.
Porque te fiz sempre todas as vontades.

Admite: foi por tudo isto que deixaste de me amar.

(se calhar um par de estalos de vez em quando... não, eu não pensei isto!)

Jorge Moniz às 11:48 |