(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

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quinta-feira, abril 15, 2004


Um bicho verde
Sentei-me a escrever o e-mail mais importante dos últimos meses. A decisão estava tomada, só tinha de a transformar em palavras. Foram escolhidas a dedo, para conseguir o efeito desejado. O texto completo foi lido e relido, com vários dias de intervalo para ter algum distanciamento. Já estava pronto e eu estava satisfeito. Faltava só assinar.
Nessa altura, ao escrever as 5 letrinhas, em vez de "Jorge" saiu "Jogre".
O que é que Freud diria desta dislexia?
Não sei. Mas vejamos o que diz o dicionário:

Ogre do Lat. orcu, inferno
s. m., gigante dos contos de fadas que se alimentava especialmente de crianças; papão; pessoa má e sem escrúpulos; comilão.


À cautela achei melhor não enviar o e-mail.

Jorge Moniz às 11:56 |