(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

This page is powered by Blogger.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com















segunda-feira, maio 03, 2004


As outras e a Maria
O cinema português começa a deixar de ser só umas obras muito profundas para júri de festival estrangeiro ver. Essas têm o seu lugar, mas também temos direito aos nossos retratos de sociedade contemporânea, aos nossos 4 Casamentos e um funeral, Love Actually's e afins. É o caso deste filme, produzido pela mesma equipa de quase todos os telefilmes da SIC. Estando eu na gama de idades das personagens principais, reconheço muito do que ali encontrei em histórias que vi ou vivi. Vários tiques foram muito bem apanhados, por exemplo com as sms e o chat, num argumento quase todo da responsabilidade do Possidónio Cachapa.
A banda sonora do Bernardo Sassetti é excelente, a montagem está fluida e com ritmo e o grafismo da parte do chat, que até incluía os backspaces aquando dos enganos de escrita, está original.
Quanto aos actores, a Catarina Furtado, sendo sofrível, está melhor do que nos primeiros tempos. A Ana Brito e Cunha está muito bem, com uma pronúncia q/b, e a Isabel Abreu que eu não conhecia foi uma boa surpresa. A São José Lapa, no seu estilo de sempre, e o Fernando Luís, um pouco diferente do habitual, contribuem para uma hora e meia bem passada. Às vezes é só isso que se pede.

(a última frase do filme está muito bem sacada)

Jorge Moniz às 13:52 |