(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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sexta-feira, maio 28, 2004


...
O problema é quando o olhar se desvia dos olhos. Até aí a conversa flui normalmente, as palavras voam nos dois sentidos. Mas quando os meus olhos começam a visitar os teus lábios (e os teus os meus), as frases deixam de chegar ao fim, ficam em suspenso. Nesta altura os olhares tornam-se irrequietos e quando o meu se detém no teu pescoço é o golpe final. Os sons que se seguem já não têm palavras, alguns fragmentos quando muito.

Jorge Moniz às 10:56 |