(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



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o passado

 
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quinta-feira, maio 13, 2004


Damião de Góis...
...nasceu em Alenquer no ano da graça de 1502. Escritor e cronista, tornou-se famoso como autor da Crónica de El-Rei D. Manuel I e da Crónica do Príncipe D. João. Executou também algumas missões diplomáticas na Europa e foi amigo de Lutero, Erasmo de Roterdão e Albert Dürer. Denunciado à Inquisição e acusado de Luteranismo, foi preso já septuagenário durante quase 2 anos no Mosteiro da Batalha. Morreu pouco tempo depois de obter uma liberdade relativa, em 1574.
Em 1941, o arqueólogo Hipólito Cabaço abriu o seu túmulo na Igreja da Várzea, em Alenquer, e apresentou ao público as ossadas que desde aí ficaram guardadas numa caixa na Igreja de S. Pedro, também em Alenquer.
Uma investigação recente liderada por Fernando Rodrigues Ferreira, que reuniu médicos, físicos, arqueólogos e antropólogos, veio mostrar que afinal esses ossos pertencem a 10 pessoas diferentes: 6 homens, 2 mulheres e 2 crianças. É agora proposto que as verdadeiras ossadas de Damião de Góis tenham sido consumidas pela cal no seu túmulo, ao longo dos séculos. Ou seja, Hipólito Cabaço nada terá encontrado nas suas pesquisas.
Peneirando a argamassa existente no túmulo, encontraram-se alguns dentes, todos da mesma pessoa, com uma idade aproximada de 75 anos. Outros vestígios parecem confirmar que se trata de facto dos verdadeiros restos mortais de Damião de Góis.
A equipa investigadora vai apresentar publicamente estes resultados amanhã às 18h, na Associação de Arqueólogos Portugueses, no Largo do Carmo em Lisboa.

Jorge Moniz às 22:13 |