(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



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as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



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terça-feira, maio 18, 2004


O Arco de S. Bento
O Aqueduto das Águas Livres termina o seu curso na Mãe d'Água das Amoreiras, num depósito de 5460 metros cúbicos. Desse reservatório saem várias galerias que distribuíam a água pela cidade de Lisboa. A Galeria da Esperança, por exemplo, servia a zona de S. Bento. Para permitir a sua passagem sobre a Rua Nova da Piedade, paralelamente à Rua de S. Bento, existia um arco dórico (Arco de S. Bento), construído em 1758 por Carlos Mardel.
Em 1833, com o Liberalismo decidiu-se transformar o vizinho Convento de S. Bento da Saúde em Palácio das Cortes. Para tal, alteraram-se os interiores e a fachada e criou-se uma praça com uma escadaria monumental. Para não "fazer sombra", o Arco de S. Bento foi demolido e as suas pedras guardadas. Já nos anos 1990, estas pedras repousaram bastante tempo amontoadas no relvado da Praça de Espanha, até que, em 1998, o arco foi finalmente reconstruído nesse local. Chegou a pensar-se fazer um "2 em 1" de gosto discutível, criando uma queda de água pelos seus lados. Em vez disso acabaram por acrescentar alguns versos alusivos ao 25 de Abril.
A parte que eu não sei é por que razão o arco agora está tapado com um pano branco onde se lê algo do género "O Parlamento Europeu precisa de si".

Jorge Moniz às 19:35 |