(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

This page is powered by Blogger.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com















sábado, junho 19, 2004



Estou curioso.
(entre outras coisas)

Jorge Moniz às 22:26 |



Até ao fim de Setembro...


...com partida junto ao Museu de Arte Moderna de Sintra, chegada à Praia das Maçãs, meia-dúzia de paragens pelo meio, de sexta-feira a domingo, das 8:45 às 18:25, por apenas 1 euro.

Jorge Moniz às 17:15 |




Chove...

Jorge Moniz às 11:08 |



sexta-feira, junho 18, 2004



O meu irmão é que tinha razão. Ou se calhar não... não sei... Eu já não sei nada desta vida... Ele aproveitou os tostões que o nosso pai poupou e seguiu estudos. É bancário e esses tipos safam-se bem, ficam com boas reformas. Eu, como achava que não era inteligente, usei a minha parte do dinheiro para abrir uma taberna ali ao pé da Igreja de S. Domingos. Sim, era ao lado da Ginjinha... Fechei há quatro anos e sete meses, bem contadinhos... O médico da caixa disse-me que com a minha saúde eu não podia ficar ali todas as noites de pé até às tantas. E de qualquer maneira, o negócio tava muito mau, muito mau. Agora as pessoas já só comem desses hamburguers e bebem coca-colas... Os velhos que ainda ligam à bifana e ao copo de 3 já morreram quase todos...
Fica-se com uma reforma de miséria, é o que é... Às vezes o meu irmão empresta-me dinheiro quando vem cá e eu passo umas noites numa pensão da Almirante Reis. Tirando isso vou ficando com os meus caixotes de cartão à entrada de Sta. Apolónia. Depois dou umas voltas por aí, que não gosto de estar parado o dia todo. E vou vendo as pessoas a passarem.
Gosto de vir aqui para estas arcadas. Ajeito o boné na cabeça e vou olhando à esquerda à direita. Do lado de lá vejo muitos políticos, daqueles da televisão, ministros e isso. E as pessoas que vão e vêm dos barcos. Deste lado é mais calmo. Agora está aqui esta coisa do turismo com um nome em estrangeiro, uélcome qualquer coisa, e vejo muitos cámones e espanhóis... é assim... Vou vendo as pessoas a passarem... E reparo nas coisinhas de cada uma. Aquela senhora de saia branca, por exemplos, levava um saco da Pollux com uns novelos de lã e ali à entrada está um turista a tirar fotografias. Ou se calhar não é turista, que isto há muita gente que mora cá e gosta desta cidade. Ele realmente não tem cara de estrangeiro...

Jorge Moniz às 23:10 |




(...)
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar,
Não tem tempo nem piedade nem tem hora de chegar,
Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.

(...)

Vinícius de Moraes, Maurício Fabrizio

Jorge Moniz às 14:29 |



quinta-feira, junho 17, 2004


Era uma vez... (parte III)
... um menino que era filho de uma mulher que nunca tinha conhecido homem e tinha sido fecundada pelo Diabo, desejoso de, à semelhança de Deus, criar um ser humano que os outros seguissem apenas pela sua voz. Como o demónio tinha previsto, a criança tinha a faculdade de saber tudo o que tinha sido dito e feito no passado. No entanto, como a mãe recusou qualquer compromisso com ele, Deus concedeu ao menino o poder de conhecer tudo o que seria dito e feito no futuro.
A criança chamava-se Pequeno Melro, em francês Merlin.

(adaptado de Jean Markale, La naissance du roi Arthur)

Jorge Moniz às 23:06 |



Era uma vez... (parte II)
...um jardim que se chamava Jardim do Éden e onde, pelo meio de flores que nunca murchavam e árvores que davam frutos todo o ano, vivia um casal de seus nomes Adão e Eva.
Por essa mesma altura, houve uma grande agitação no Céu, porque o mais belo arcanjo de Deus se revoltou contra o seu criador. Este, para castigá-lo, condenou-o aos abismos mais profundos do Universo. E Lucifer caiu durante séculos e séculos, levando consigo outros anjos desencaminhados. Ora durante essa queda, soltou-se da sua testa uma grande esmeralda, demasiado pura e luminosa para seguir o arcanjo até às trevas. Esta esmeralda acabou por cair no Jardim do Éden, aos pés de Adão, que admirado com a sua beleza a guardou sempre, até mesmo depois de ser expulso do Paraíso, e a transmitiu a seus filhos.
Muito tempo depois, um dos descendentes de Adão, maravilhado com o verde da esmeralda, mandou talhá-la em forma de taça. Este homem tinha por nome Simão, o Leproso, e foi em casa dele que Jesus tomou a sua última refeição, bebendo daquela taça.

(segundo várias tradições gnósticas, in Jean Markale, La naissance du roi Arthur)

Jorge Moniz às 13:51 |



terça-feira, junho 15, 2004



Por vezes somos meigos.
                Por vezes brincalhões.
Por vezes passeamos lado a lado.
                Por vezes deitamo-nos enroscados.
Temos dias loucos em que arranhamos e mordemos.
                (não sabemos por que o fazemos
                mas não nos arrependemos.)
Por vezes dormimos o dia inteiro.
                Por vezes passamos noites em branco.
Por vezes assanhamo-nos.
                Mas a maior parte do tempo ronronamos.

Jorge Moniz às 22:08 |



segunda-feira, junho 14, 2004


Alguém me saberá dizer...
... de quem é a música da publicidade da Optimus já há algum tempo, mas que agora também passa na rádio em versão integral? Será Mogwai? Pelo menos parece...

(ouvindo Golden Porsche em loop...)

Jorge Moniz às 22:44 |




owerwujr oijdrwi e rwoiuefc iuewdrn ieujd ujrwro pdoifwapdk opwidrkw wrdkwir poipwer poirdkwer podiw eoirpkw poidrwr pwoierdk iedkwpx powirdkw woidkwpr roite poiewrxdw opikrwoikf jdkp sfdjweoiru pwjfoie wfnds dowq oiewuf ofiwx wpifw mxsa wpoifdkls djfsodiuw açwerew dfeoifcnw lwecqowifn enfckqewjf s oiwucqiwejf oifdxksjdx iewujfqwj xd wiujawx dl iwuw wieudxq oiwurenxa.da weiocuj lsiucsdf iweudnxd oiwjs

Era mais ou menos isto que eu queria dizer. Está é demasiado calor para ordenar as letras e colocar a pontuação...

(agora reparo que ando a falar com muitos w's... devo andar a pensar noutra língua...)

Jorge Moniz às 21:23 |



quinta-feira, junho 10, 2004


Saudades de Montmartre e da cidade que tem aos seus pés



Li nos últimos dias o Código Da Vinci que decorre sobretudo em Paris; um amigo chegou hoje de lá contando como estava a cidade; e neste momento Yann Tiersen toca no CCB... São emoções a mais...

Jorge Moniz às 22:01 |




30 anos depois já era altura de se começar a mostrar a bandeira portuguesa sem complexos e com orgulho. Por ora é só devido ao futebol, mas pode ser que no fim fique alguma coisa.
(já agora sem cair nos exageros dos países do norte da Europa e dos Estados Unidos, se faz favor)



Ah! Parece que há muita gente que não sabe: a parte verde é do lado esquerdo.

Jorge Moniz às 22:00 |



Que é que se passa?
Ronald Reagan, Sousa Franco, Lino de Carvalho, Ray Charles...

Jorge Moniz às 21:55 |



Era uma vez...
... um poderoso rei da Grécia, há muitos muitos anos. Este rei, homem de alta estatura, sabia usar o seu poder com justeza e sabedoria e os seus súbditos não tinham nada de que se queixar. Tinha trinta filhas, cada uma mais bela que a outra, e todas tinham sido educadas nos bons valores da família.
Quando chegou a idade de casarem, o rei procurou em países amigos reis que pudessem convir às suas filhas. E assim se marcou uma gigantesca boda de trinta casamentos no mesmo dia. Ora as princesas habituadas ao poder de que gozavam, reuniram-se antes do casamento e decidiram por comum acordo que não se iriam submeter às vontades dos seus futuros maridos e que iriam ser sempre senhoras de si. Combinaram assim um encontro para alguns meses depois, de modo a verificarem como corriam as coisas.
Quando chegou essa data, todas elas tinham razões de queixa, nenhuma conseguia vergar o marido à sua vontade. A mais velha das irmãs propôs então algo terrível: matarem os maridos com as suas próprias mãos, todas ao mesmo tempo, enquanto eles estivessem estendidos nos braços delas prestes a atingirem a suprême jouissance. Todas concordaram e o tempo foi passando até à fatídica data. No entanto acontecia que a irmã mais nova amava muito o seu marido e que este a tratava bem. Ela não resistiu e contou-lhe o plano maquiavélico que se aproximava da concretização. Rapidamente partiram para a Grécia, onde denunciaram tudo ao poderoso rei, que fez chamar todas as outras filhas e os seus maridos.
Uma vez lá, foram impiedosamente julgadas e condenadas. Deixaram-nas sem mantimentos dentro de um barco que foi puxado para alto mar, com a ordem precisa de nunca mais tornarem a pisar terras de seu pai.
O tempo passou, a fome instalou-se e elas iam andando à deriva. A certa altura desfaleceram mesmo e quando voltaram a acordar, notaram que o barco tinha encalhado numa maré mais baixa do que alguma vez tinham visto. Elas nunca tinham visto outro mar que não fosse o Mediterrâneo.
Desceram a terra e declararam-na sua. Encontraram raízes e frutos com que se alimentaram, mais tarde até mesmo animais que caçaram. Com o tempo descobriram tratar-se de uma ilha até então inabitada e decidiram instalar-se ali para toda a vida.
Acontece que passado algum tempo começaram a sentir a falta de algo. Houve uns demónios que se aperceberam do seu desejo e durante a noite tomaram a forma de homens e proporcionaram-lhes o prazer que elas esperavam. Desse encontro nasceram mais tarde trinta meninos que foram crescendo para se tornarem trinta gigantes. Estes como não tinham outras mulheres, copularam com suas mães e mais gigantes homens e gigantes mulheres foram nascendo.
Passados muitos anos havia gigantes espalhados por toda a ilha. Nessa altura foram atacados por um troiano chamado Brutus (que tinha fundado a cidade que mais tarde se chamaria Roma), acompanhado de um exército de gauleses. Todos os gigantes foram mortos excepto um único que contou aos invasores toda a história da ilha até à sua chegada.
Brutus decidiu então baptizar a ilha conquistada a partir do seu nome (Britannia) e chamou aos seus habitantes Britonnes.

(adaptado de Jean Markale, La naissance du roi Arthur)

Jorge Moniz às 10:33 |



terça-feira, junho 08, 2004


Hoje quero dar-te muitas cores!



(isto não se deviam repetir imagens, mas quando é preciso...)

Jorge Moniz às 12:15 |



segunda-feira, junho 07, 2004


Daqui a 30 minutos...
(sejam quanto forem 30 minutos na televisão portuguesa)
...começa o segundo episódio de Angels in America.
Estou curioso para ver se a Meryl Streep continua de barbas brancas...

Jorge Moniz às 22:30 |



Vénus
Não, não vou falar da pinta preta que vai atravessar o Sol amanhã de manhã.
Terminei há minutos a maratona de leitura do tal do "Código Da Vinci". É de facto empolgante. Lê-se como se vê um Indiana Jones: mistura de aventuras com História, mitologia, além de outros ingredientes. O problema, como tem sido amplamente discutido, são as falsidades vendidas por Dan Brown como verdades históricas. Eu tenho o hábito (ou vício) de ler romances históricos com enciclopédias e mapas ao lado, por isso neste caso fui vendo à medida que ia lendo o que era verdade e mentira (o que me custou descobrir um dos segredos antes de tempo, mas pouco importa). Muitos outros leitores não o farão e acreditarão na nota inicial em que Dan Brown delimita alguns "factos". Em literatura é legítimo pegar em factos históricos e dar-lhes nova forma - é ficção. Pretender que algo é verdadeiro não o sendo é desonesto.

(nas coisas que fui lendo sobre o livro e o autor, deparei com esta citação deliciosa do livro "Deception Point", onde uma investigadora teria um cabelo "suficientemente comprido para ser 'sexy', mas suficientemente curto para nos fazer lembrar de que provavelmente é mais esperta que nós".)

Jorge Moniz às 22:22 |



domingo, junho 06, 2004


Gosto
Quanto mais ouço o último álbum dos Clã, mais gosto. É elegante quando se ouve baixinho, à noite, sem luzes. E é sensual quando se ouve alto, à tarde, com sol.

Jorge Moniz às 23:08 |



Disparates II
Deitados na cama, mas agora debaixo dos lençóis. É domingo de manhã, já tomámos o pequeno-almoço de croissants e sumo de laranja na cama (a 7up fica para outra ocasião). Temos os lençóis cheios de migalhas e contamos um ao outro como aprendemos a andar de bicicleta. Pelo meio vamos fazendo cócegas com os pés um ao outro.

Jorge Moniz às 15:14 |



sábado, junho 05, 2004


Disparates
Deitados na cama de barriga para baixo. A ler um livro de BD em voz alta. Tu fazes as vozes das personagens masculinas e eu das femininas. Não vale rir.

Jorge Moniz às 21:23 |



Lição das últimas 24h
Atirar almofadas pode ter sérias consequências.

Jorge Moniz às 14:47 |



sexta-feira, junho 04, 2004


Quando eu pensava que já nada me podia surpreender...
... a Microsoft patenteou o duplo-clique.

Jorge Moniz às 22:14 |



A noite passada...
...vesti a minha capa e voei para dentro do teu sonho.
Nos sonhos somos sempre crianças, por isso te procurei num circo. E do circo te levei até ao mar. Depois. Refugiámo-nos num canto só nosso. Depois. Os meus lábios salgados cicatrizaram a dor que vestia a tua pele. Depois. Sentiste o arrepio de dedos molhados nas tuas costas.
(eu rabiscava todos os teus sonhos para ficarem guardados)

Jorge Moniz às 19:45 |



Tentativa de escrever post com título maior do que o corpo do texto
Já está.

Jorge Moniz às 11:42 |



quinta-feira, junho 03, 2004


Hoje acordo, ligo o rádio e começo a ouvir Clã...

Tenho uma lamparina
que trouxe das arábias
para te amar à luz do azeite
num kamasutra de noites sábias


Ele há coincidências...

(sim, eu sei: Rui Veloso e Carlos Tê. Já parece as fichas técnicas das sondagens, ter que pôr sempre isto para não enganar o leitor incauto!)

Jorge Moniz às 14:53 |



Momento Psicologia Barata do dia
Cada um é como é.
E cada dois são como são.

Jorge Moniz às 11:27 |



quarta-feira, junho 02, 2004


Momento Migalhas do dia
Com 1,67 % do salário que José Mourinho vai ganhar (ele nem daria pela falta) paga-se o salário de um eurodeputado.
Com 3,33 % do salário que José Mourinho vai ganhar (ele também não daria pela falta) paga-se o salário de um eurodeputado e eu também ficava muito contente.

Jorge Moniz às 21:58 |



Momento Filosofia Barata do dia
A vida não é tão fácil com alguns pensam, nem tão complicada como alguns a fazem.

Jorge Moniz às 21:55 |



terça-feira, junho 01, 2004


Pronto, tá bem. Só porque hoje é hoje.


Jorge Moniz às 20:54 |



Pequena sondagem
Já alguém esteve parado no trânsito e viu uma pessoa num carro ao lado começar a bater palmas quando o trânsito volta a andar?
Só para saber se é muito comum ou não...

Jorge Moniz às 00:00 |