(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quinta-feira, junho 17, 2004


Era uma vez... (parte III)
... um menino que era filho de uma mulher que nunca tinha conhecido homem e tinha sido fecundada pelo Diabo, desejoso de, à semelhança de Deus, criar um ser humano que os outros seguissem apenas pela sua voz. Como o demónio tinha previsto, a criança tinha a faculdade de saber tudo o que tinha sido dito e feito no passado. No entanto, como a mãe recusou qualquer compromisso com ele, Deus concedeu ao menino o poder de conhecer tudo o que seria dito e feito no futuro.
A criança chamava-se Pequeno Melro, em francês Merlin.

(adaptado de Jean Markale, La naissance du roi Arthur)

Jorge Moniz às 23:06 |