(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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segunda-feira, junho 07, 2004


Vénus
Não, não vou falar da pinta preta que vai atravessar o Sol amanhã de manhã.
Terminei há minutos a maratona de leitura do tal do "Código Da Vinci". É de facto empolgante. Lê-se como se vê um Indiana Jones: mistura de aventuras com História, mitologia, além de outros ingredientes. O problema, como tem sido amplamente discutido, são as falsidades vendidas por Dan Brown como verdades históricas. Eu tenho o hábito (ou vício) de ler romances históricos com enciclopédias e mapas ao lado, por isso neste caso fui vendo à medida que ia lendo o que era verdade e mentira (o que me custou descobrir um dos segredos antes de tempo, mas pouco importa). Muitos outros leitores não o farão e acreditarão na nota inicial em que Dan Brown delimita alguns "factos". Em literatura é legítimo pegar em factos históricos e dar-lhes nova forma - é ficção. Pretender que algo é verdadeiro não o sendo é desonesto.

(nas coisas que fui lendo sobre o livro e o autor, deparei com esta citação deliciosa do livro "Deception Point", onde uma investigadora teria um cabelo "suficientemente comprido para ser 'sexy', mas suficientemente curto para nos fazer lembrar de que provavelmente é mais esperta que nós".)

Jorge Moniz às 22:22 |