(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



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as palavras

 
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no escuro
em busca
de tempo



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quinta-feira, julho 01, 2004


Era uma vez... (parte IV)
... um rei da ilha da Bretanha que dava pelo nome de Emrys. Para governar as suas terras com justeza, esse rei contava com o apoio inestimável do seu irmão Uther e do mago Merlin, que sabia tudo do passado e algumas coisas do futuro. Certa vez os saxões tentaram invadir a ilha pela planície de Salisbury, tendo sido detidos pelos valorosos soldados bretões, à custa, no entanto da morte do rei Emrys.
Merlin aconselhou então o novo rei Uther Pendragon a construir no local da morte do irmão um monumento digno de um dos maiores homens deste mundo. E mais lhe disse para procurar na vizinha ilha da Irlanda a montanha de Killara, onde poderiam encontrar pedras dotadas de místicos poderes e maiores do que a força humana pode transportar, uma vez que para ali tinham sido levadas de África por gigantes.
Foi então preparada a expedição e, de facto, quer para retirar as pedras da montanha, quer para as colocar nos barcos, quer para as desembarcar e transportar até à planície de Salisbury, ao local exacto onde Emrys tinha sido morto, foi necessário recorrer aos poderes mágicos de Merlin.
Quando o rei Uther chegou ao local, viu um círculo de pedras de magnífico efeito, no centro do qual se encontrava um rochedo que recebia os raios do sol nascente. E Merlin disse-lhe que aquele monumento seria a memória do seu irmão, mas que lhe chamariam a Dança dos Gigantes e que os espíritos viriam ali todas as noites esperar a luz da manhã.

Ainda hoje se discute se esta estrutura existente em Stonehenge é um monumento fúnebre (ideia apoiada pela existência de túmulos em seu redor) ou um monumento solar (uma vez que o referido efeito da luz da manhã que toca na pedra central se verifica no solstício de verão). Mais informações históricas aqui.

(adaptado de Jean Markale, La naissance du roi Arthur)

Jorge Moniz às 23:21 |