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quarta-feira, julho 14, 2004
Queres que eu admita? Não tenho problema nenhum. Nunca tento esconder o que sinto. Sim, foi muito bom voltar a encontrar-te ao fim de todo este tempo. Para mais na praia, na mesma praia. E com o sol de fim de tarde a dar-nos aquele brilho aos olhos. Tu a levantares os teus do livro e o cinzento voltar a ser azul quando me sorriste. Olá.
(tanta pergunta a fazer e tanta resposta a recordar numa palavra tão pequena)
Olá.
Depois perdemo-nos naqueles quinze minutos de conversa educada, onde trabalhas, onde moras, o preço das casas... E eu cá dentro a alta velocidade, tentando lembrar-me se fazias parte das que casaram entretanto ou não, tentando olhar discretamente para a tua mão esquerda, ela escondida atrás da direita
(de propósito?)
e tu a fazer o mesmo
(ou impressão minha?)
e nós quase ao mesmo tempo a fazer a mesma pergunta em tom de brincadeira, então já tens filhos, como quem quer perguntar outra coisa. Não, continuo solteiro. Também não, estive casada mas foi só um ano e meio. E depois a desviarmos a conversa enquanto não voltamos a ter intimidade para falar destas coisas. Que livro estavas a ler?
(é sempre um bom início de tema)
Dos livros passamos aos filmes. Dos filmes passamos às viagens. Vai seguindo a conversa inócua à medida que o espaço que partilhamos vai ficando mais confortável.
Amanhã à mesma hora na mesma toalha?
(sabes, ainda me lembrava da forma dos teus dedos e das tuas unhas [cortadas à sexta-feira porque só nos víamos ao fim-de-semana e as minhas costas já estavam demasiado sulcadas]...)
Jorge Moniz às 22:02 |
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