(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

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quinta-feira, setembro 30, 2004


E no mesmo filme...

YAWP

Walt Whitman

Jorge Moniz às 19:54 |



Revendo certo filme...

THEN I had religion, THEN I had a vision.
I could not turn from their revel in derision.
THEN I SAW THE CONGO, CREEPING THROUGH THE BLACK,
CUTTING THROUGH THE FOREST WITH A GOLDEN TRACK.


Vachel Lindsey

Jorge Moniz às 19:51 |




Os meus dedos são olhos que
(fechados)
te reconhecem
(à distância do toque)
os montes e vales que és.

Jorge Moniz às 10:58 |



sábado, setembro 25, 2004


Let the bad color not be seen



Mais um Shyamalan com um twist no fim e um cameo do próprio.
(e este não é muito óbvio...)

Jorge Moniz às 10:44 |



sexta-feira, setembro 24, 2004


Deve ser do frio...
Cerca de 600 professores de Bragança e 500 de Chaves (70 % do total) apresentaram atestados médicos para conseguirem a colocação desejada.
Aparentemente em menor escala, a história repete-se pelo menos em Leiria, Portalegre e Santarém.

(detalhes aqui)

Jorge Moniz às 13:59 |



Excelente
A primeira parte do trabalho da Luísa Schmidt sobre o Ambiente em Portugal, que passou ontem à noite na RTP1.
Foi uma delícia ver imagens dos primeiros tempos do TV Rural com frases como "os frangos já pedem para ir para a panela" ou "os ovos são separados por raparigas gentis" (ler com colocação de voz à anos 60).
E foi revelador ver o Carlos Pimenta nos seus tempos de Secretário de Estado do Ambiente a dizer algo como: "Pressões sobre os políticos? Não é difícil resistir-lhes. A não ser que eu esteja com uma arma apontada à cabeça, isso não é um problema. As pressões são uma questão de quem as recebe e não de quem as faz."

Jorge Moniz às 10:38 |



quinta-feira, setembro 23, 2004


Cá está a explicação para a balbúrdia da colocação dos professores:

Problemas NP são uma classe de problemas de decisão que podem ser verificados em tempo polinomial.

Um problema é NP-completo se qualquer problema em NP puder ser reduzido àquele em tempo polinomial.


Eu também não percebi nada, mas para o estimado leitor informático há mais info aqui e aqui.

À conta disto, este é o cenário que se vai vivendo no Ministério da Educação, que até já nem fala com a Compta (e vice-versa).



Jorge Moniz às 23:33 |




Para abrir muitos crânios ocos que andam por aí e enfiar à força...

Jorge Moniz às 14:45 |



A vida é um milagre



(favor não lerem a sinopse como eu fiz - vai longe demais)

Jorge Moniz às 14:10 |



Publicidade gratuita à SIC radical

Galactica
Terças-Feiras (10.00 e 22.00 horas)
Quintas (15.30 horas)
Domingos (23.00 horas)

Seinfeld
De Terça a Quinta-Feira às 23.00 horas
Repete às Segundas-Feiras (08.30 horas), Quintas (16.30 horas), Sextas (16.30 horas) e Domingos (22.00 horas) com 2 episódios seguidos.

Parker Lewis
Terças-Feiras (09.30 e 23.30 horas)
Quartas (23.30 horas)
Quintas (14.30 e 23.30 horas)
Sextas (14.30 horas)
Domingos (18.30 horas)

Jorge Moniz às 13:32 |



Tá a chover
Com licença, vou à rua cheirar.

Jorge Moniz às 11:23 |




À medida que os livros vão sendo lidos, saltam da pilha vertical da mesa de cabeceira para a confusão horizontal das estantes. A situação está de tal modo complicada que o estacionamento em segunda fila já é quase mais extenso que o regular. Dediquei-me pois a uma lenta arrumação de livros, daquelas em que se pega em cada um, se limpa o pó e folheia. E às vezes tropeço em coisas que ainda não tinha lido (acho):


Vive, dizes, no presente;
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as coisas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma coisa relativa ao passado e ao futuro.
É uma coisa que existe em virtude de outras coisas existirem.
Eu quero só a realidade, as coisas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas coisas como presente; quero pensar nelas como coisas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.


Alberto Caeiro

Jorge Moniz às 11:07 |



sexta-feira, setembro 17, 2004


Também copiado da Visão de ontem:

Uma sondagem feita a 34 mil não norte-americanos deu estes resultados


Jorge Moniz às 10:28 |



Copiado da Visão de ontem:
Desde que a Associação Empresarial de Portugal (AEP) tornou pública a nota interna que aboliu o tratamento por "senhor doutor" ou "senhor engenheiro" que o telefone não pára de tocar. São várias as empresas que, ao mesmo tempo que dão os parabéns pela medida tomada, pretendem saber em que legislação se fundamentou tal decisão, para que possam avançar com igual medida dentro de portas. O possível fim do provinvianismo lusitano causou mesmo surpresa na vizinha Espanha e houve até um jornal da Galiza que entrevistou o engenheiro, perdão, o sr. Ludgero Marques acerca do assunto. No final, o galego não escondeu o seu entusiasmo, considerando que a abolição dos títulos académicos no tratamento institucional iria facilitar imenso as relações luso-ibéricas.

Mas não se mudam as mentalidades de um dia para o outro. Apesar de ter ficado claro que "o grau académico nada contribui para o espírito de grupo nem está relacionado com a hierarquia funcional" - assim reza a nota interna da AEP - e que se impõe uma forma de comunicar "simples, clara e eficiente, o que passa mais pela competência e qualidade de serviço do que pelo número de graus académicos", a verdade é que tal medida está a causar grandes embaraços nas secretárias. Habituadas à bengala do "dr." e "eng." para dialogarem com os seus chefes, a língua não descai agora facilmente para o simples "senhor" ou "senhora", designação geral aprovada em conselho de administração. Vai daí, e Ludgero Marques já passou a "senhor... presidente".

Jorge Moniz às 10:12 |



A partir de hoje...
...Atenas parte II

Jorge Moniz às 10:11 |



quarta-feira, setembro 15, 2004


Diálogos inverosímeis VII
- Nesse caso é melhor ficarmos por aqui.
- O quê?
- Ficarmos por aqui, foi bom enquanto durou, sabes como é...
- Mas assim, só por causa de umas coisinhas?
- Umas coisinhas? Vamos cá a ver: isto já era mais ralação que relação. E nessas alturas eu costumo partir para outra, não há pachorra.
- Acho impressionante a ligeireza com que falas assim. Parece que não há sentimentos envolvidos.
- Sempre te disse para não me atribuires sentimentos que são só teus.
- Estás a fugir, não é? És um cobarde, à mínima dificuldade dás de frosques!
- Não digas disparates. Tens tantos admiradores, daqui a uma semana já não te lembras de mim.
- Então é isso? É uma questão de ciúmes? Não toleras que outros homens me apreciem e que eu aprecie ser bem tratada!
- Esquece, não adianta discutir assim. Depois passo lá a buscar os meus CD's.

Jorge Moniz às 20:00 |



Diálogos inverosímeis VI
- Então quando é que apresentas a gaja?
- Não sei se a vais conhecer, isto não é nada sério.
- Ah é só sexo? E depois? Já te conheci outras gajas de cama... É assim tão feia, hehe?
- Vou-te explicar uma coisa, há três tipos de gajas: aquelas com que um gajo iria para a cama, aquelas com que nunca iria e aquelas que... se ninguém soubesse...
- Ah, e esta faz parte das terceiras...
- Pois...

Jorge Moniz às 19:55 |



Diálogos inverosímeis V
- Se pudesses, qual é a coisa que gostavas de mudar em mim?
- Por que é que falas no singular?

Jorge Moniz às 19:54 |



terça-feira, setembro 14, 2004


Sobre furacões
Sabiam que o Ivan não tem este nome por ser terrível?
Existem listas alfabéticas de nomes próprios que vão sendo atribuídos aos furacões em cada ano. No caso do Oceano Atlântico, há seis listas diferentes que recomeçam ao fim de seis anos. Sendo que Ivan começa pela letra "I", este ano já é o nono furacão no Atlântico. Ocasionalmente há algumas alterações: este ano, por exemplo, lamento informar que um nome tão distinto como George foi substituído por um trapalhão Gaston...

Jorge Moniz às 20:11 |



Sobre Pablo Neruda
Entre as suas grandes obsessões criativas, a mais visível, depois da poesia, e a menos gloriosa, era a de reformar a seu bel-prazer a arquitectura das casas. Uma delas era tão original que para passar da sala para a casa de jantar tinha de se dar a volta pelo terraço e o poeta tinha guarda-chuvas à disposição dos convidados para poderem comer sem se constipar nos dias de chuva.

Gabriel García Márquez, in "A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile"

Jorge Moniz às 19:45 |



Do you have an appointment ?


Jorge Moniz às 18:40 |



sexta-feira, setembro 10, 2004



O Pedro Ribeiro diz que com 33 anos já não faz muito sentido estar a apresentar a playlist da Best Rock com Limp Bizkit's e afins e eu compreendo. De facto, agora na RCP já passa muita coisa dos anos 80, a música mítica dos actuais trintões. Mas acredito que também lhe deve custar um pouco passar, como aconteceu hoje de manhã, a Fafá de Belém...

Jorge Moniz às 10:37 |



quinta-feira, setembro 09, 2004



Adormeço finalmente, contagiada pela tua respiração. Lenta. Tranquilo. Da mesma forma que os espirros e os bocejos contagiam a pessoa ao lado, adormeço melhor ao som da tua respiração adormecida. Sem querer, vou inspirando e expirando com a mesma cadência, com a mesma profundidade. As tuas. Olho-te as mãos aninhadas debaixo do rosto uma última vez e baixo as pálpebras...
A meio da noite, acordo com o teu acordar (tinha de haver o revés). Adivinho-te o brilho nos olhos enquanto me dizes baixinho "sonhei com o teu sorriso". Logo tu que não tens memória visual, que nunca sabes dizer se alguém tem rosto alongado ou redondo, como é a forma do cabelo e até a cor dos olhos às vezes te passa despercebida. Tens boa memória, sim, para a forma das mãos, dos dedos e das unhas dos outros. Mas esta noite, enquanto dormias, viste claramente o meu sorriso aberto. Eu queria oferecer-te agora mesmo um dos verdadeiros, reais, genuínos, mas não posso, ainda não. Só quando eu já não pensar nisso. Para já, fica-te com as faíscas que os meus dedos criam ao passear pelo teu peito antes de não adormecermos.

Jorge Moniz às 22:43 |




Quando o interroguei sobre as suas experiências como escravo, ele meditou nas palavras durante muito tempo.
- É qualquer coisa como uma pedra por dia, John - respondeu finalmente.
- Não percebo.
- Não sei se consigo explicar tudo o que significou para mim, mas para já vou dizer-te apenas isto... o patrão entrega-te uma pedra todos os dias e tu aceitas e mete-la no teu bolso. Fazes isso muito, muito cuidadosamente, porque não queres que ele se zangue. Mas, John, depressa ficas sem bolsos. Mas não tens licença para as pousar no chão, por isso, o que é que fazes?
- Não sei.
- Começas a engolir as pedras. O teu estômago depressa fica cheio e tu começas a ficar doente e por isso deitas-te. Só um dia de descanso, pensas tu, e tudo ficará melhor. Mas o patrão continua a dar-te pedras. Porque ele meteu o seu dinheiro em ti e resolveu que não quer esperar nem um só dia que tu recuperes as forças. Tu dizes não, porque julgas que podes. Por isso, ele chicoteia-te; o que faz com que fiques confuso-confuso, uma vez que não sabes como viver uma vida onde não podes decidir nada. Nem sequer o Louva-a-deus te pode dizer como fazer isso. Ao fim de poucos meses, o teu espírito está tão pesado com as pedras que já nem consegue pôr-se de pé. Por isso, como és bondoso, deitas o teu espírito. E deixas que ele seja coberto de pedras até não conseguir respirar nem mexer-se.
- Então, quer dizer que estás enterrado vivo - disse eu.
- Exactamente, John, mas só com uma pedra de cada vez.


Richard Zimler, in "Meia-Noite ou o Princípio do Mundo"

Jorge Moniz às 14:07 |



quarta-feira, setembro 08, 2004



Pelos vistos a sonda devia ter-se chamado Ícaro e não Genesis...

Jorge Moniz às 17:35 |



Esta noite...
...sonhei que um tio-avô meu ainda era vivo e estava a realizar a sua décima quarta viagem turística a Marte, coisa que fazia sempre que a esposa lhe pedia o divórcio. Pelo que percebi, no meu sonho Marte era destino de algum tipo de peregrinação. Ora acontece que no mesmo sonho, mas alguns frames mais à frente, tive a ideia de fazer um post falando das viagens desse meu tio-avô, qualquer coisa do género "vejam lá que já é a décima quarta vez que ele lá vai para salvar o casamento".
O curioso desta história não é a existência de viagens comerciais a Marte nem as catorze tentativas de divórcio: é que, se bem me lembro, foi a primeira vez em dezanove meses que eu sonhei com esta coisa onde escrevo.

Jorge Moniz às 13:28 |



terça-feira, setembro 07, 2004



Querem lá ver um dia destes o Pacheco Pereira a aderir ao PS?

Jorge Moniz às 23:00 |




E eu que ainda não sabia!!!

Jorge Moniz às 22:49 |




Você interessa-se pelas eleições nos Estados Unidos? Você acha que essas eleições são relevantes para todo o mundo? Você pensa mesmo que toda a gente, mesmo os cidadãos não norte-americanos, deveria ter uma palavra a dizer na escolha deste Presidente? Pois saiba que agora Você pode votar aqui (e já agora ficar a conhecer os outros 12 candidatos, 3 dos quais [pasme-se] pertencentes a partidos com a palavra "socialista" no nome e um dos quais não possuindo a cidadania norte-americana, o que o impede de ser eleito, mas [pelos vistos] não de ser candidato!!!).

(curiosidade: o número de pessoas que já votaram em Portugal comparado com outros países europeus...)

Jorge Moniz às 14:16 |



quinta-feira, setembro 02, 2004


Chuva e trovoada em todo o país até segunda-feira
Era engraçado o estado do mar ao largo da Figueira da Foz piorar e todos os barcos que por ali andam terem de ser acolhidos em porto seguro...

Jorge Moniz às 10:45 |



quarta-feira, setembro 01, 2004


(Nota:
não, ainda não me fartei dos bonecos aos saltos, tenham lá paciência)

Jorge Moniz às 21:46 |