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sexta-feira, setembro 17, 2004
Copiado da Visão de ontem:
Desde que a Associação Empresarial de Portugal (AEP) tornou pública a nota interna que aboliu o tratamento por "senhor doutor" ou "senhor engenheiro" que o telefone não pára de tocar. São várias as empresas que, ao mesmo tempo que dão os parabéns pela medida tomada, pretendem saber em que legislação se fundamentou tal decisão, para que possam avançar com igual medida dentro de portas. O possível fim do provinvianismo lusitano causou mesmo surpresa na vizinha Espanha e houve até um jornal da Galiza que entrevistou o engenheiro, perdão, o sr. Ludgero Marques acerca do assunto. No final, o galego não escondeu o seu entusiasmo, considerando que a abolição dos títulos académicos no tratamento institucional iria facilitar imenso as relações luso-ibéricas.
Mas não se mudam as mentalidades de um dia para o outro. Apesar de ter ficado claro que "o grau académico nada contribui para o espírito de grupo nem está relacionado com a hierarquia funcional" - assim reza a nota interna da AEP - e que se impõe uma forma de comunicar "simples, clara e eficiente, o que passa mais pela competência e qualidade de serviço do que pelo número de graus académicos", a verdade é que tal medida está a causar grandes embaraços nas secretárias. Habituadas à bengala do "dr." e "eng." para dialogarem com os seus chefes, a língua não descai agora facilmente para o simples "senhor" ou "senhora", designação geral aprovada em conselho de administração. Vai daí, e Ludgero Marques já passou a "senhor... presidente".
Jorge Moniz às 10:12 |
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