(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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quarta-feira, setembro 15, 2004


Diálogos inverosímeis VII
- Nesse caso é melhor ficarmos por aqui.
- O quê?
- Ficarmos por aqui, foi bom enquanto durou, sabes como é...
- Mas assim, só por causa de umas coisinhas?
- Umas coisinhas? Vamos cá a ver: isto já era mais ralação que relação. E nessas alturas eu costumo partir para outra, não há pachorra.
- Acho impressionante a ligeireza com que falas assim. Parece que não há sentimentos envolvidos.
- Sempre te disse para não me atribuires sentimentos que são só teus.
- Estás a fugir, não é? És um cobarde, à mínima dificuldade dás de frosques!
- Não digas disparates. Tens tantos admiradores, daqui a uma semana já não te lembras de mim.
- Então é isso? É uma questão de ciúmes? Não toleras que outros homens me apreciem e que eu aprecie ser bem tratada!
- Esquece, não adianta discutir assim. Depois passo lá a buscar os meus CD's.

Jorge Moniz às 20:00 |