(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

This page is powered by Blogger.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com















terça-feira, setembro 14, 2004


Sobre Pablo Neruda
Entre as suas grandes obsessões criativas, a mais visível, depois da poesia, e a menos gloriosa, era a de reformar a seu bel-prazer a arquitectura das casas. Uma delas era tão original que para passar da sala para a casa de jantar tinha de se dar a volta pelo terraço e o poeta tinha guarda-chuvas à disposição dos convidados para poderem comer sem se constipar nos dias de chuva.

Gabriel García Márquez, in "A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile"

Jorge Moniz às 19:45 |