(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

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quinta-feira, outubro 28, 2004


Com algum atraso

tá de temporal

(leia-se vento, chuva, granizo, lixo a flutuar na estrada...)

Jorge Moniz às 19:09 |



Fico chateado...
Ricardo Araújo Pereira é dos melhores novos humoristas que andam por aí. Mostra que a qualidade de um texto depende muito da forma como é interpretado. O exemplo que devia passar em horário nobre é o sktech "A minha vida dava um filme indiano". Enquanto isso não acontece, vamos tendo os anúncios a uma instituição bancária cujo nome são duas palavras começadas respectivamente pelas letras M e G.

Jorge Moniz às 16:24 |





Jorge Moniz às 15:35 |



Faz-me comichões...
... a leveza com que desde há algumas semanas algumas pessoas vão utilizando a palavra ditadura. Políticos ou não, muitos já eram adultos ou quase há 30 anos, o que não é de todo o meu caso. Por isso faz-me comichões a escolha de palavras. Há democracias mais maduras ou menos maduras, mais participadas ou menos participadas, com mais atropelos ou menos atropelos e estão sempre todas em mudanças e reajustes. Agora aquela palavra, haja pachorra.

Jorge Moniz às 14:36 |




O relato das minhas aventuras desta noite aqui.

Jorge Moniz às 03:32 |



terça-feira, outubro 26, 2004


De noite...

  Conheço-te a pele,
  entendo-te a respiração
  e desenho-te o cabelo.

  Procuro-te as mãos,
  cerco-te num braço
  e ouço-te os sonhos que murmuras em voz baixa numa linguagem só nossa.

  É nesse limiar que...

  Sinto o teu suspiro
  (sei-o no teu seio)
  e sigo os sinais.

  Subo pela sombra,
  saio do teu sono
  e sacio-te a sede.

  De noite somos dois pontos de interrogação. Ao contrário.

Jorge Moniz às 22:44 |



A ver ali o telejornal...
O José António Saraiva fala melhor do que escreve.
(também não era difícil)

Jorge Moniz às 20:29 |



Ora cá está ele

tá de chuva

(mas sobretudo tá de vento)

Jorge Moniz às 20:16 |



Informação perfeitamente inútil

tá frio

(dentro de algumas horas o post: tá de chuva)

Jorge Moniz às 14:28 |



segunda-feira, outubro 25, 2004


Faz hoje dois anos...
...discuti com um segurança, deixei o carro mal estacionado, esclareci umas dúvidas com um funcionário, dei os parabéns a uma amiga, voltei a discutir com o mesmo segurança, fui estacionar bem o carro, esclareci melhor as dúvidas com outra pessoa, trouxe o carro para perto, cheguei atrasado a um encontro, lavei-me e mudei de camisa (pudera), almocei a correr, preparei tudo, andei a correr à procura de um funcionário atrasado e finalmente tive 1 hora e tal de descanso em pé.

Jorge Moniz às 18:12 |



sexta-feira, outubro 22, 2004


Agora reparo...
... que este post da Estação do Rossio foi o milésimo aqui do tasco.

(não foi o milésimo escrito por mim, porque no início nós éramos 9 autores...)

Jorge Moniz às 17:00 |



E aqui estamos
Eu com o dedo médio da minha mão esquerda desenhando-te flores centradas no umbigo.
Tu atirando-o para cima e para baixo ao ritmo da respiração.
Enquanto dizemos os nomes dos chocolates de que gostamos.
E esperamos que o rapaz da pizza toque à campaínha.

Jorge Moniz às 16:52 |



4:53
Dobro cuidadosamente a meio a folha de papel A4 branco 80 g/m². Com o polegar reforço o vinco da dobra sobre o primeiro livro da pilha da mesa de cabeceira que está agora no meu colo.
(não saí da cama, convém precisar)
Pego no pequeno lápis do IKEA que me ofereceram. Também tenho caneta na mesa de cabeceira, mas só dá para escrever meia-dúzia de palavras com o papel na vertical.
(em cima do primeiro livro da pilha da mesa de cabeceira que está agora no meu colo)
E começo.

Jorge Moniz às 16:48 |



Túnel ferroviário do Rossio fecha para obras durante dois meses



Não vou aqui discutir se os problemas (que se localizam a 100m de um tal túnel em "construção") foram causados por este último ou não.
Mais grave: haverá milhares de pessoas que durante dois meses não vão olhar para este relógio para ver se estão atrasadas para o comboio.

(hummmm, agora de repente não me lembro se este relógio é daqueles que funciona ou está parado...)

Jorge Moniz às 11:17 |



quinta-feira, outubro 21, 2004


Se...
...o que é melhor escrito é-o nos momentos de maior solidão ou sofrimento do autor, eu prefiro ler bem a escrever bem.

(os outros que tenham as 'condições necessárias' à boa escrita!)

Jorge Moniz às 23:31 |



A formiga e o elefante


Jorge Moniz às 21:25 |



E esta noite no prato

It's obvious the trouble we're in
When your father pulls up in a Mercedes Benz
He says he just happened to be in the neighborhood
But before he leaves he slips the landlord the rent
You say, "It's just a question of eliminating obstacles"
As you throw your dinner out the kitchen door
You say, "I know how you try"

But honey, let's eat out tonight

No one said it would be easy
But no one said it'd be this hard
No one said it would be easy
No one thought we'd come this far

You can't seem to ever fold up a shirt
I bring it up and you think I'm a jerk
But I think we're here to stay
I can't imagine it any other way

Sometimes I wonder who he's picturing
When he looks at me and smiles

Oh, and look we've come this far


Sheryl Crow

Uma das minhas preferidas do Tuesday Night Music Club, com laivos de country, um baixo fabuloso e o som da Sheryl a acender um fósforo lá para o meio.

Jorge Moniz às 21:20 |



quarta-feira, outubro 20, 2004


Saudades



Ainda sei o código da porta, ainda ouço a televisão da porteira, ainda sou atropelado pelo cão da vizinha, ainda dou o jeito à fechadura, ainda pouso as chaves na taça de vidro, ainda arrumo a pasta entre os sofás, ainda deixo o lombo a assar no forno enquanto vou correr para o parque, ainda me sento à mesa a ver os telejornais, ainda passo uma hora a ler ou a escrever antes de me deitar, ainda adormeço a ouvir o Joël Collado debitar a 100 sílabas/seg a previsão do tempo para amanhã.

Jorge Moniz às 23:07 |



No prato

Ain't no sunshine when she's gone
It's not warm when she's away
Ain't no sunshine when she's gone
And she's always gone too long
Anytime she goes away

Wonder this time where she's gone
Wonder if she's gone to stay
Ain't no sunshine when she's gone
And this house just ain't a home
Anytime she goes away

And I know, I know, I know, I know, I know
I know, I know, I know, I know, I know
I know, I know, I know, I know, I know
I know, I know I know, I know, I know

Hey I'll leave the young thing alone
But ain't no sunshine when she's gone
Ain't no sunshine when she's gone
Only darkness everyday


Bill Withers

Na versão cantada por Hamish Stuart, com Paul McCartney na bateria, no concerto MTV Unplugged deste último.

Jorge Moniz às 11:18 |



terça-feira, outubro 19, 2004


Petição pelo Convento dos Inglesinhos no Bairro Alto


Jorge Moniz às 19:22 |



São destas, não é?



(recomendadas para pessoas em convalescença)

Jorge Moniz às 18:32 |



Sexo
Nos meus tempos de faculdade era um truque muito utilizado, não sei se o mesmo acontece hoje em dia. Havia aqueles placards onde se afixavam anúncios de todo o tipo, desde "aluga-se quarto a estudantes" até "vendo computador 486 em bom estado". Ora, no meio da selva do placard, tornava-se difícil alguém chamar a atenção para o seu anúncio entre tantos outros. Por isso, havia quem resolvesse encimar a sua mensagem perfeitamente banal com um título grande, a letras carregadas, onde se lia simplesmente a palavra "sexo". E resultava. As pessoas liam o resto.

Jorge Moniz às 10:57 |



Apanhado
Hoje de manhã, como seria inevitável mais cedo ou mais tarde, Nuno Markl disse na sua rubrica Há vida em Markl: "amanhã no Homem que mordeu o cão..."

Jorge Moniz às 10:48 |



quinta-feira, outubro 14, 2004



"Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa."

Eça de Queirós

Jorge Moniz às 13:07 |



quarta-feira, outubro 13, 2004


Hoje
No ano de 1307, o dia 13 de Outubro calhou a uma sexta-feira. Nessa data, o rei Filipe IV de França declarou ilegal a Ordem dos Templários e os seus membros foram presos em todo o país. Vem daí a superstição das sextas-feiras 13.

Também neste dia, mas em 1942, nasceu um bebé frágil, que teve alguma dificuldade em manter-se neste mundo. Felizmente aguentou (eu sou prova disso) e ainda vai continuar por cá muito tempo.

Jorge Moniz às 13:44 |



Desde esta semana...
... que há vida em Markl na Antena 3 às 8:25 e 9:25.

Jorge Moniz às 10:57 |



sábado, outubro 09, 2004


Alguma vez repararam que nesta foto há um cartaz com uma bailarina a "correr" no sentido contrário do homem atrasado para o comboio?



Estas e outras curiosidades, hoje no suplemento Actual do Expresso, num artigo de Jorge Calado (onde nem se fala de ópera nem de termodinâmica estatística).

Jorge Moniz às 14:41 |



sexta-feira, outubro 08, 2004


Escrita à mão
Despi a camisa e sentei-me à espera. Não sei quanto tempo ali estive, bebendo o mar, pescando a fome. Até que um dia alguém apareceu, apareceste. De mão estendida disse, disseste "Aquele hovercraft é teu?". Eu respondi com os olhos, peguei-lhe, peguei-te nos braços e saltámos lá para dentro. Liguei os motores. Respirou, respiraste fundo com um sorriso tranquilo enquanto flutuávamos para longe. A cadeira ficou sozinha como um marco.

Jorge Moniz às 21:19 |



Diferenças
Havia aquela teoria de alguém que a diferença entre a paixão e o amor é que a primeira é egoísta e o segundo é altruísta (género: "que sejas feliz, mesmo que não seja comigo").
Em linguagem actualizada, as duas situações darão origem às seguintes sms antes de um encontro: "vem dpressa!", ou "vem c cuidado...".
(nota: esta segunda poderá ser indicadora apenas de amizade, cabe aos intervenientes distinguir!)

Jorge Moniz às 13:22 |



quinta-feira, outubro 07, 2004


Falando de divórcios e afins... (ou como voltar da política a temas mais comuns por aqui)
É sabido que a mulher de John Kerry foi antes casada durante anos com John Heinz. Ao celebrarem 25 anos de casados ele faleceu num acidente de avião. Passados uns anos Teresa Heinz casou com John Kerry, mantendo o apelido. Só depois de ser pressionada pelo Partido Democrata é que acrescentou o do marido actual, passando a ser conhecida por Teresa Heinz Kerry (é curioso usar em simultâneo os nomes de dois maridos, mas enfim...). A questão é que ela continua a dizer que Heinz foi o homem da sua vida (ou dizia antes da campanha a condicionar).

Ora quando há divórcios e as pessoas se voltam a casar, é fácil admitir que gostam mais do novo esposo e cada um vive bem com isso. Agora quando há uma morte, ou quando há uma separação em que uma das partes continua a gostar do outro, como será para o novo cônjuge viver com aquela sombra, sabendo que independentemente do que faça, o anterior foi mais importante e que provavelmente ela ainda pensa nele todos os dias? Qualquer coisa do género "ela até se sente bem comigo, mas se dependesse dela, estava era com o outro". Será fácil viver com isso?

Se fosse comigo? Bom, eu não sou de fugir à primeira dificuldade, mas sei que não aguentaria muito tempo a sombra. Três é multidão!

Jorge Moniz às 18:26 |



O protocolo
Andam por aí a falar na eventualidade de o prof. Marcelo estar a preparar o terreno para uma candidatura às presidenciais. Ora isso iria criar uma situação inédita em Portugal: a ausência de senhoras no papel de bibelots. Nem do presidente, nem do primeiro-ministro (seja Santana ou Sócrates). Para receber e visitar congéneres estrangeiros, isto deve ser uma dificuldade tremenda para o protocolo... E além disso, quem é que fica a tratar das obras de caridade?

Jorge Moniz às 18:25 |



E vamos lendo o Pacheco Pereira...

Vem isto a propósito da história das "pressões". Querem-nos convencer que não se pode falar de pressões do governo sobre a TVI , sem a implausível comprovação pela TVI ou pelo governo. Bem podem esperar sentados. Nós, os comuns mortais, não precisamos de mais nada: "precipitamo-nos a tirar conclusões", "com má fé", porque quando um Ministro, próximo do Primeiro-ministro, um Ministro insisto, (ou isso não significa nada neste governo?), diz o que disse, não é preciso mais nada.

Em qualquer democracia o que ele fez são pressões. São pressões para Marcelo, são pressões para a Media Capital, são pressões para a AACS, são pressões para toda a gente, menos para os especiosos. Ele não é um comentador, ele é o membro de um executivo. Executivo, reparem bem. Faz parte dos que mandam. Reparem bem. Não são só palavras, têm por trás a possibilidade de dar e de negar, de aprovar ou recusar, de fazer ou de desfazer, de empregar ou desempregar. É por isso que são pressões e não são inócuas.

Jorge Moniz às 13:22 |



Coisas que eu não percebo...
Rui Gomes da Silva ainda é ministro.

Jorge Moniz às 13:10 |



quarta-feira, outubro 06, 2004


É curioso...
... como durante 4 anos e meio o PSD e o PSL não repararam na ausência do contraditório nos comentários do prof. Marcelo...

Jorge Moniz às 21:14 |



Como é que é????
Um vassalo do Primeiro-Ministro diz, em nome dele, uns disparates e a seguir o presidente da Media Capital tem uma conversa com o prof. Marcelo, que faz com que este abandone a sua missa dominical???? Ter-lhe-á sido proposto um interlocutor como exigia o tal Gomes da Silva? Agora o Governo até já manda nas televisões privadas???

PS: o Sampaio já se deve ter arrependido tanta vez...

PPS: a RTP está fora de questão, mas o Balsemão não se deve impressionar com estes miúdos e daqui a uns tempos temos professor na SIC...

Jorge Moniz às 15:29 |



Cats abancam a partir de hoje no Coliseu de Lisboa

We cower in our shelters
With our hands over our ears
Lloyd-Webber's awful stuff
Runs for years and years and years

An earthquake hits the theatre
But the operetta lingers
Then the piano lid comes down
And breaks his fucking fingers
It's a miracle


Roger Waters

Jorge Moniz às 11:54 |



O petróleo continua baratíssimo
Apesar de já chegar aos 51 dólares por barril e de hoje a gasolina ter aumentado outra vez em Portugal, esta é a opinião de muitos portugueses. Aqueles milhares que ainda há pouco estavam parados dentro dos carros com os motores a trabalhar.

(trânsito compacto na A2 desde o Fogueteiro; dificuldades na A5 na zona das portagens e depois na descida da Pimenteira; IC19 lento no Cacém, à passagem pelos Comandos e na entrada para a 2ª circular em Pina Manique..........)

Jorge Moniz às 10:07 |



terça-feira, outubro 05, 2004



Às 19:30 do dia 3 de Outubro de 1910, o 33º Rei de Portugal de seu nome Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio (também conhecido por D. Manuel II), a pouco tempo de completar o seu 21º aniversário, soube que estava prestes a rebentar uma revolução republicana. Essa informação não o afastou do banquete oferecido pelo Presidente do Brasil, que se encontrava de visita a Lisboa. Passou a noite no Palácio das Necessidades, mas ao fim da manhã do dia seguinte, sendo alvo de bombardeamentos republicanos, deslocou-se para Mafra acompanhado da sua mãe, D. Maria Amélia de Orleães, e da sua avó, D. Maria Pia de Sabóia.

Depois de mais uma noite de combates, o Rei foi informado via telégrafo (como aliás o resto do país) da proclamação da República. A família dirigiu-se então para a Ericeira, onde o iate real Amélia se encontrava ao largo da praia dos pescadores. Usando caixotes e cestos de peixe como degraus, subiram para uma barca que, com a bandeira azul e branca na popa, os conduziu ao iate.

A mãe do Rei terá tentado convencê-lo a dirigirem-se ao Porto, para aí resistir, mas acabaram por se encaminhar para Gibraltar e daí para Inglaterra. D. Maria Pia, que viu com estes acontecimentos a sua demência mental agravada, seguiu antes para a sua Itália natal, onde faleceu no ano seguinte.

Passando a habitar em Londres, D. Manuel II veio a casar em 1913 com a princesa alemã Augusta Vitória. Mais tarde, conseguiu reaver aí a sua rica biblioteca (que se encontra agora em Vila Viçosa) e outros pertences. Faleceu em 1932, não deixando descendência. Em testamento, legou à pátria palácios, propriedades, jóias, livros, etc. Um piano parece ter escapado, tendo sido descoberto há alguns anos num estúdio da BBC.

A mãe do Rei, D. Maria Amélia, passou a residir em Versalhes até à sua morte em 1951.

A família contava ainda com o excêntrico D. Afonso de Bragança. Amante de carros, de velocidade e do jogo, deixou o sobrinho D. Manuel II em Londres para casar em Roma com a americana Nevada Stoody Haydes. Tal desvario custou-lhe o apoio e sustento da casa real, vindo a falecer em 1920.

A causa monárquica foi tendo assim dificuldade em encontrar alguém por quem suspirar para a restauração. O arranjo só conseguiu ser feito em 1942, através do casamento de um neto do absolutista D. Miguel com uma bisneta brasileira do liberal D. Pedro. É sabido pela genética que os casamentos entre primos podem dar maus resultados e este foi mais uma vez o caso: produziu um tal D. Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança, 24º duque de Bragança.

Jorge Moniz às 23:29 |



segunda-feira, outubro 04, 2004


As coisas que se cantam dentro de um carro atravessando o calor alentejano...

Doe, a deer, a female deer
Ray, a drop of golden sun
Me, a name I call myself
Far, a long long way to run
Sew, a needle pulling thread
La, a note to follow sew
Tea, I drink with jam and bread
That will bring us back to Do


Oscar Hammerstein II

Jorge Moniz às 22:02 |






Não desistas, disse-lhe, daqui a pouco tempo eu já posso, falta pouco, só não te posso dizer quanto, mas depois pego em ti e vamos descer o rio Lima de rafting, andar de balão na Suíça, vou mostrar-te todas as minhas ruelas preferidas de Paris, vamos alugar uma casa côr-de-laranja à beira de um lago e remar ao fim da tarde, vou ensinar-te truques de fotografia e frases de piano, falta pouco, só não te sei dizer quanto, não depende de mim...

Ela sorriu generosamente, sonhando com os braços à volta dele. Passados uns segundos, ele (sempre pragmático) pousou-a no chão:

Mas lembra-te que para cada viagem, para cada hora bem passada, vai haver momentos chatos, dores de cabeça, pequenas ou grandes discussões, listas de supermercado, faxinas, tempos mortos. Essa é a parte que nos livros e nos filmes não aparece, porque fica para lá do happy ending, mas na vida real está sempre presente, não há volta a dar-lhe. Os filmes acabam no primeiro beijo.

Não sabemos a reacção dela, porque não usou palavras e tinha a cara escondida no ombro dele.

Sabes, os sonhos parecem mais completos do que a realidade, mas é ao contrário - há coisas reais que não fazem parte dos sonhos. E além do mais, por melhores que as férias e os fins-de-semana tenham sido, vem sempre uma segunda-feira de trabalho a seguir.

Deixou escorregar os braços pelas costas dele, até apertar as mãos nas mãos e respirar fundo. Audivelmente.

Jorge Moniz às 17:25 |



sábado, outubro 02, 2004





Jorge Moniz às 19:29 |



Carta à Mariana
Eu teria gostado de te dar as boas-vindas pessoalmente, mas sabes como é... Aliás, não sabes como é, porque acabaste de chegar... Mas talvez faças uma ideia de como as coisas por aqui funcionam, é que eu sei que já andavas por aqui escondida há uns meses. Fizeste bem, para o choque não ser muito grande.
(aliás até retardaste a tua chegada mais do que seria de esperar)
Nos entretantos foste ouvindo algumas coisas, aprendendo a nossa linguagem, conhecendo as vozes de duas pessoas em especial. Essas duas pessoas trataram de te proteger durante estes meses e vão continuar a fazê-lo agora que já deixaste de andar escondida. A primeira coisa que te vão querer ensinar a fazer é sorrir. E tu vais tentar sorrir e rir, meio desajeitadamente a princípio, depois com mais confiança. Mais tarde irás ganhar autonomia e aprender a comunicar connosco. Mas para tudo isso ainda falta algum tempo - por agora aposto que te vais entreter a perturbar as noites de sono de certas duas pessoas...

Jorge Moniz às 17:41 |



Já alguma vez pensou em fazer a sua própria cerveja em casa?

Loja da Cerveja Caseira

Jorge Moniz às 10:04 |



sexta-feira, outubro 01, 2004


...





Bom, sou um pouco mais novo e o corte de cabelo é diferente, mas a sensação é parecida...




Jorge Moniz às 17:29 |



SIC Homem
Por que é que não há um canal de televisão chamado SIC Homem? E um programa na TSF chamado Fórum Homem? Por que é que se numa capa de revista feminina aparecer algo do género "como enganá-lo sem ele saber", ninguém diz nada, mas se na capa de uma revista masculina aparecer "como enganá-la sem ela saber", já chovem comentários a chamar "machistas!"?

Jorge Moniz às 17:19 |



Em bom português, acagaçaram-se.
No ano passado, 3000 professores entregaram atestados médicos para conseguir a colocação desejada, normalmente perto de casa, por razões de saúde própria ou de familiar. Até ao ano passado uma junta médica verificava os casos.
Este ano, 9000 professores entregaram atestados médicos pelos mesmos motivos. Este ano não houve juntas médicas.
Nos últimos dias, depois de tantas horas de telejornais sobre o assunto, 2000 professores retiraram os atestados médicos.

(a propósito, numa das 473693 reportagens em que se têm entrevistado professores, houve uma que dizia "tu fostes colocada". E repetiu. Dá-me arrepios imaginá-la a falar assim nas aulas...)

Jorge Moniz às 17:01 |



Hoje no prato...
... Water Music de Haendel.

Porque é o dia Mundial da Música e o Dia Nacional da Água.

(este deve ser o post mais tolo que alguma vez escrevi...)

Jorge Moniz às 13:10 |