(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

This page is powered by Blogger.

Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com















sexta-feira, outubro 22, 2004


4:53
Dobro cuidadosamente a meio a folha de papel A4 branco 80 g/m². Com o polegar reforço o vinco da dobra sobre o primeiro livro da pilha da mesa de cabeceira que está agora no meu colo.
(não saí da cama, convém precisar)
Pego no pequeno lápis do IKEA que me ofereceram. Também tenho caneta na mesa de cabeceira, mas só dá para escrever meia-dúzia de palavras com o papel na vertical.
(em cima do primeiro livro da pilha da mesa de cabeceira que está agora no meu colo)
E começo.

Jorge Moniz às 16:48 |