(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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sábado, outubro 02, 2004


Carta à Mariana
Eu teria gostado de te dar as boas-vindas pessoalmente, mas sabes como é... Aliás, não sabes como é, porque acabaste de chegar... Mas talvez faças uma ideia de como as coisas por aqui funcionam, é que eu sei que já andavas por aqui escondida há uns meses. Fizeste bem, para o choque não ser muito grande.
(aliás até retardaste a tua chegada mais do que seria de esperar)
Nos entretantos foste ouvindo algumas coisas, aprendendo a nossa linguagem, conhecendo as vozes de duas pessoas em especial. Essas duas pessoas trataram de te proteger durante estes meses e vão continuar a fazê-lo agora que já deixaste de andar escondida. A primeira coisa que te vão querer ensinar a fazer é sorrir. E tu vais tentar sorrir e rir, meio desajeitadamente a princípio, depois com mais confiança. Mais tarde irás ganhar autonomia e aprender a comunicar connosco. Mas para tudo isso ainda falta algum tempo - por agora aposto que te vais entreter a perturbar as noites de sono de certas duas pessoas...

Jorge Moniz às 17:41 |