(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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terça-feira, outubro 26, 2004


De noite...

  Conheço-te a pele,
  entendo-te a respiração
  e desenho-te o cabelo.

  Procuro-te as mãos,
  cerco-te num braço
  e ouço-te os sonhos que murmuras em voz baixa numa linguagem só nossa.

  É nesse limiar que...

  Sinto o teu suspiro
  (sei-o no teu seio)
  e sigo os sinais.

  Subo pela sombra,
  saio do teu sono
  e sacio-te a sede.

  De noite somos dois pontos de interrogação. Ao contrário.

Jorge Moniz às 22:44 |