(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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sexta-feira, outubro 08, 2004


Escrita à mão
Despi a camisa e sentei-me à espera. Não sei quanto tempo ali estive, bebendo o mar, pescando a fome. Até que um dia alguém apareceu, apareceste. De mão estendida disse, disseste "Aquele hovercraft é teu?". Eu respondi com os olhos, peguei-lhe, peguei-te nos braços e saltámos lá para dentro. Liguei os motores. Respirou, respiraste fundo com um sorriso tranquilo enquanto flutuávamos para longe. A cadeira ficou sozinha como um marco.

Jorge Moniz às 21:19 |