(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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quinta-feira, outubro 07, 2004


Falando de divórcios e afins... (ou como voltar da política a temas mais comuns por aqui)
É sabido que a mulher de John Kerry foi antes casada durante anos com John Heinz. Ao celebrarem 25 anos de casados ele faleceu num acidente de avião. Passados uns anos Teresa Heinz casou com John Kerry, mantendo o apelido. Só depois de ser pressionada pelo Partido Democrata é que acrescentou o do marido actual, passando a ser conhecida por Teresa Heinz Kerry (é curioso usar em simultâneo os nomes de dois maridos, mas enfim...). A questão é que ela continua a dizer que Heinz foi o homem da sua vida (ou dizia antes da campanha a condicionar).

Ora quando há divórcios e as pessoas se voltam a casar, é fácil admitir que gostam mais do novo esposo e cada um vive bem com isso. Agora quando há uma morte, ou quando há uma separação em que uma das partes continua a gostar do outro, como será para o novo cônjuge viver com aquela sombra, sabendo que independentemente do que faça, o anterior foi mais importante e que provavelmente ela ainda pensa nele todos os dias? Qualquer coisa do género "ela até se sente bem comigo, mas se dependesse dela, estava era com o outro". Será fácil viver com isso?

Se fosse comigo? Bom, eu não sou de fugir à primeira dificuldade, mas sei que não aguentaria muito tempo a sombra. Três é multidão!

Jorge Moniz às 18:26 |