(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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sexta-feira, novembro 26, 2004


Entristece-me esta história do Miguel Graça Moura.
Das vezes que o vi, quer em entrevistas na televisão, quer ao vivo dirigindo a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sempre simpatizei com ele e o seu ar de tigre no sorriso e no cabelo. E sempre gostei da postura informal e pedagógica com que tratava a música e os concertos. Muitas vezes falava com o público, contando pequenas histórias sobre o compositor ou a obra que se seguia. Penso que mantinha essa relação agradável também com os músicos.

Certa noite, já lá vão talvez uns 10 anos, estava eu confortavelmente sentado para assistir a um concerto da OML. Os músicos já tinham afinado os instrumentos. Fez-se silêncio para entrar o maestro pela porta lateral e ouvir os costumeiros aplausos de boas vindas. Nesse instante a orquestra começa a tocar os parabéns. Era o aniversário dele, foi apanhado de surpresa e ficou um pouco embaraçado.

Espero que a investigação venha a concluir que o maestro não fez nada de ilegal, apesar de várias atitudes que ele tomou nos últimos meses me desagradarem independentemente do resto.

Jorge Moniz às 15:23 |