(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



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o passado

 
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sexta-feira, dezembro 17, 2004


Os bolos no Natal
(post revisto e aumentado)

O nosso Bolo-Rei foi pela primeira vez feito em Portugal na Confeitaria Nacional (aquela da rua mais curta de Lisboa). A receita foi trazida de Paris nos finais do século XIX por Baltasar Rodrigues Castanheiro Júnior, filho do fundador da casa. Pouco a pouco a receita foi-se espalhando e o bolo passou mesmo a ser vendido antes da data tradicional, o Dia de Reis. Em 1911 houve umas republicanas tentativas de o renomear Bolo Presidente, ou Bolo Arriaga, que não tiveram sucesso. Hoje em dia o Bolo-Rei contém uma fava e um brinde, mas nem sempre foi assim.


Receita de Bolo-Rei

Na receita original francesa, era incluída uma fava, verdadeira ou simbólica (um brinde de porcelana, por exemplo), mas não os dois. Tal facto prende-se com jogo romano em que se usavam favas e praticado no mês de Dezembro e que depois foi incorporado, como muitas outras tradições, na cultura cristã.
O primeiro Gâteau des Rois aparece assim na França da Idade Média, já com a fava incluída, e depois na corte de Luís XIV com o aspecto actual e preparado para as festas de Ano Novo e dos Reis. À semelhança do que aconteceu em Portugal, por alturas da Revolução chegou a ser proibido.
Hoje em dia, este bolo semelhante ao nosso é apenas característico da Provence, sendo conhecido pelo nome de Fougasse Provençale.


Receita de Fougasse Provençale (ao fundo da página)

A norte do país, em Paris por exemplo, quase só existe a Galette des Rois, que é feita com massa folhada, um recheio de creme e não tem frutas. Acaba por ser muito parecida na textura e no sabor com a parra que se come nas pastelarias portuguesas. Continua a ser tradicional comer a galette no Dia de Reis, aproveitando-se para desejar os melhores votos de bom Ano Novo aos presentes.


Receita de Galette des Rois Frangipane

Uma receita mais parecida com a nossa é a do inglês Christmas Cake, que também é recheado de uvas passas e, por vezes, coberto de açúcar glacé.


Receita de Christmas Cake

(já agora de todos estes, só gosto mesmo da Galette, que eu é mais folhados)

Jorge Moniz às 15:44 |