(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



e-mail

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segunda-feira, fevereiro 28, 2005


Pequenos prazeres
Escrever uma lista de tarefas. Seja num post-it, num pequeno pedaço de papel, ou numa folha A4, dependendo da quantidade e complexidade de coisas a fazer.
O momento supremo é aquele em que decides que as coisas entre mãos já são muitas para a memória se responsabilizar por elas e chegas à conclusão que o melhor é fazer uma lista.
Depois começas a escrever, cada item num parágrafo, assinalado por um hífen, uma bolinha ou um número de ordem. Assim que cada tarefa fica completa, voltas a pegar no papel e no lápis ou caneta e riscas a linha correspondente.
No fim amassas o papel e atira-lo para o lixo. É o momento menos interessante: está tudo feito - e agora?

Jorge Moniz às 19:24 |



sábado, fevereiro 26, 2005


Acho que já aqui o disse mais do que uma vez...
... mas detesto apanhar mentiras. Além da desonestidade, há a falta de respeito pelo visado; é chamá-lo de burro.

Jorge Moniz às 19:23 |



sexta-feira, fevereiro 25, 2005


Living Apart Together
Acabo de conhecer esta expressão e o que ela encerra de significado num artigo da Visão. Trata-se de casais que optam por viverem sempre juntos e separados. Duas casas ao lado uma da outra, dois andares da mesma casa, alguns quilómetros de distância. Nalguns casos duplicação de equipamentos domésticos.
Um casal de vizinhos em Birre, tem cada um a sua casa (já eram divorciados) e quando vão de férias até chegam a alugar duas casas juntas. Cada um leva os seus filhos para a sua casa.
O conceito ultra-racional é o de só estarmos juntos quando queremos e assim não nos fartarmos. Tem muito a ver com pessoas que já viveram sozinhas e que gostam, precisam do seu espaço, sendo também de um nível económico elevado que lhes possibilite a excentricidade.
Cada um tem os seus hábitos domésticos, que não quer alterar, os seus horários de trabalho e muitas vezes há experiências passadas que criam alguma repulsa pela vida em comum. O egocentrismo é naturalmente alimentado.

Permitam-me o conservadorismo de ficar com a inquietação de onde é que vamos parar. Como serão as famílias daqui a cem anos.

Jorge Moniz às 11:15 |



Histórias
Maria Estefânia conduz o carro na estrada de Salvaterra. Tem um furo. Um rapaz passa de mota e pára para a ajudar. No fim ela pergunta, quanto lhe devo?, não deve nada, mas quero dar-lhe qualquer coisinha, não é preciso obrigado, mas por que não aceita nem uns trocos para uma cerveja?, eu também não lhe dei nada quando a senhora me levou a voz da minha mãe a Nambuangongo.

Foi mais ou menos assim que hoje de manhã o Fernando Alves abriu o apetite para a reportagem que passa logo depois das 19h e domingo às 10 da manhã na TSF:

Entre Agosto de 1966 e Fevereiro de 1967, Maria Estefânia Anachoreta, percorreu 18 000 km em Angola com um gravador de bobinas onde levava mais de 1200 saudades de mães, pais, namoradas, tios, vizinhos aos soldados da zona de Santarém. Por sua própria iniciativa.
Como é (ou era) frequente nestas coisas do som, os anos tornaram obsoletas as bobinas, que só podem ser lidas naquele modelo de gravador, entretanto avariado e envelhecido. O repórter José Carlos Barreto meteu mãos-à-obra para recuperá-lo e o resultado pode-se ouvir nesta resportagem, que conta ainda com a entrevista à própria Maria Estefânia nos dias de hoje.

Jorge Moniz às 10:58 |



quinta-feira, fevereiro 24, 2005



Eu, ingenuamente, pensei que com a ida do Durão Barroso para Presidente da Comissão Europeia, finalmente os órgãos de comunicação social portugueses passavam a dar mais atenção aos assuntos europeus, para ver se deixamos de falar em "eles" quando somos todos "nós".
Ora anda aí uma polémica entre a Itália e a Comissão Europeia, da qual ainda não vi uma palavra em Portugal. É que finalmente lá avançaram com a redução das línguas oficiais europeias. Com o alargamento já eram 20 e era uma tarefa monstra andar todos os dias a traduzir tudo o que é dito numa das 20 línguas para as outras todas. Calculando as combinações vê-se a montanha de diferentes tradutores necessários.
Vai daí e resolveram que nas conferências de imprensa só há tradução simultânea para o Inglês, o Francês e o Alemão. E os italianos levantaram-se em peso, queixando-se de discriminação, que estão a relegá-los à segunda divisão, pedidos de explicações a Durão Barroso, etc. Os eurodeputados italianos até vão fazer greve na próxima semana.

clique aqui para saber mais (em italiano)

Jorge Moniz às 21:24 |




"Em última análise, uma pessoa que faça o 9º ano e prossiga os estudos, se quiser acaba doutorada, por muito má que seja, porque não vai chumbando. Vai haver doutorados daqui a 20 anos totalmente analfabetos. Já há provavelmente."
Maria Filomena Mónica

Descontando os exageros, que são normais vindos de quem vêm: sim, já há.

Jorge Moniz às 21:07 |



quarta-feira, fevereiro 23, 2005


O novo código da estrada entra em vigor dia 26 de Março.
Que eu saiba ainda não foram regulamentados os coletes a usar em termos de material reflector, cor, etc. Não sei como ficam todas as pessoas que já compraram os que se vão vendendo nos hipermercados por aí. E não vejo num mês a aprovarem o modelo, fabricarem-no e venderem milhões dele.

Artigo 88.º
Pré-sinalização de perigo

1 - Todos os veículos a motor em circulação, salvo os dotados apenas
de duas ou três rodas, os motocultivadores e os quadriciclos sem
caixa, devem estar equipados com um sinal de pré-sinalização de
perigo e um colete, ambos retrorreflectores e de modelo
oficialmente aprovado
.
2 - É obrigatório o uso do sinal de pré-sinalização de perigo sempre
que o veículo fique imobilizado na faixa de rodagem ou na berma
ou nestas tenha deixado cair carga, sem prejuízo do disposto no
presente Código quanto à iluminação dos veículos.
(...)
4 - Nas circunstâncias referidas no n.º 2, quem proceder à colocação
do sinal de pré-sinalização de perigo, à reparação do veículo ou
à remoção da carga deve utilizar o colete retrorreflector.
5 - Em regulamento são fixadas as características do sinal de
pré-sinalização de perigo e do colete retrorreflector
.
6 - Quem infringir o disposto no n.º 1 é sancionado com coima de
€ 60 a € 300, por cada equipamento em falta.
7 - Quem infringir o disposto nos n.ºs 2 a 4 é sancionado com coima
de € 120 a € 600.

Jorge Moniz às 18:36 |




Estou a ver isto muito negro.

(será do iodeto de prata e do cloreto de cálcio?)

Jorge Moniz às 18:03 |



terça-feira, fevereiro 22, 2005


Ainda as eleições
Parece-me que anda aí muita confusão no que toca a esquerdas e direitas, com gente a dizer que parece que estamos em 1975 e a queixarem-se do peso do BE, um partido supostamente trotskista.

O que se esquecem é que todos os partidos se têm deslocado desde 1975 (ver figura). Lembremos que na altura o CDS se proclamava de centro (porque por razões óbvias ninguém podia dizer que era de direita) e o PSD falava em políticas muito mais "esquerdistas". E o que é certo é que Freitas do Amaral se deslocou menos para a esquerda do que o CDS para a direita, pelo menos em termos declarados (outra coisa é a ideologia dos membros dos partidos).
Acusar o BE de ser trotskista devido às origens ideológicas dos partidos de que é composto, é como acusar o PS de hoje ser literalmente socialista.
E quanto a o país ter virado à esquerda, convém notar que na maioria dos assuntos o PS e o PSD defendem a mesma coisa. Têm mais em comum do que em separado. E a maioria das pessoas moderadas pode sempre votar num ou noutro, se excluirmos o factor clubismo.



Já agora é interessante a correlação feita num estudo divulgado no Expresso deste Sábado sobre a relação entre o aumento do desemprego e a votação no partido que estiver na oposição. Até sei de famílias inteiras que votaram PS porque um dos seus membros perdeu o emprego por causa das restrições da Manuela Ferreira Leite. Não se deve menosprezar o raciocínio de um desempregado.

Jorge Moniz às 12:14 |



segunda-feira, fevereiro 21, 2005



Em média quantos números de telefone sabe uma pessoa de cor hoje em dia? Toda a gente anda de telemóvel na mão e aquilo tem uma agenda onde sob cada nome se pode guardar um ou mais números dessa pessoa. Além disso já muita gente não tem telefone fixo em casa e a necessidade (e a facilidade) de decorar os números de telefone dos mais próximos vai desaparecendo.
Assim o problema é quando no bolso (ou mesmo em casa), não há a velhinha agenda em papel. Numa eventualidade de perda ou roubo do telemóvel, chega-se a uma cabine telefónica e marca-se que número? Ainda se sabe algum de cor?

Jorge Moniz às 11:04 |



Já agora, o papão da co-incineração

Em Souselas:

PS 42 % (do ex-ministro do Ambiente Sócrates)
PSD 27 %
CDU 13 %
BE 7,2 %
PP 4,4 % (do ministro do Ambiente Nobre-Guedes-saiam-à-rua-e-não-deixem-entrar-o-Sócrates-aqui)

Jorge Moniz às 10:53 |



Comparando estas eleições com as de 2002:

- Houve mais 69 mil eleitores inscritos;

- Houve mais 277 mil votantes;

- A CDU teve mais 54 mil votos;

- O BE teve mais 215 mil votos;

- O PS teve mais 516 mil votos;

- O PSD teve menos 542 mil votos;

- O PP teve menos 61 mil votos.

Tentar perceber as transferências não é fácil. Mas sabendo que CDU + BE dá quase tanto como os ex-abstencionistas, e não sendo crível que estes tenham ido na sua maioria para aqueles partidos, dá para concluir que subiram muito à conta do PS (e alguns PSD's que respiraram fundo e a contragosto votaram no BE). Grande parte destes 270 mil votariam portanto no PS, mas terão querido evitar uma maioria absoluta, ou acharam o Sócrates demasiado à direita.
Sendo assim, os 500 mil líquidos a mais que o PS teve, foram na realidade ainda mais (roubados à abstenção, mas na maioria ao PSD e eventualmente ao PP).
É que PSD e PP perdem no conjunto 600 mil eleitores, alguns para a abstenção, mas em grande parte para o PS.

Assim se mostra a validade da táctica Calimero e da táctica não-eles-é-que-eram-os-maus-os-nossos-eram-todos-óptimos-e-nós-somos-muito-responsáveis.

(todos os números nacionais, por distrito, concelho e freguesia aqui. um site que se portou muito bem e sem falhas desde as 20h até ao fim da contagem às 23h).

Jorge Moniz às 10:48 |



domingo, fevereiro 20, 2005



Grão a grão, petit à petit, ao fim de dois anos e tal, consegui o estonteante número de 20 000 visitas (umas 30 por dia).

Jorge Moniz às 17:47 |



51 % às 16h
Já não estou tão optimista...

Jorge Moniz às 17:44 |



Notas do dia
- Na minha minúscula mesa eleitoral, às 8 da manhã na abertura das urnas, com uns - 2 ºC na rua, havia 3 pessoas para votar.

- Um deles porque ia apanhar um avião.

- Há quem venha de propósito de Paris.

- Às 12h, com uma manhã fria, já íamos em 30 % de votantes na minha freguesia e 22 % em todo o país.

Jorge Moniz às 13:52 |



Gripes all around me...
... e eu estoicamente vou resistindo.
(momento de publicidade gratuita: será mesmo do actimel?)

Jorge Moniz às 11:21 |



sábado, fevereiro 19, 2005



Uns passaram o dia em período de reflexão. Outros passaram o dia a tentar explicar a alguém a diferença entre uma vaca e um caracol.

Jorge Moniz às 22:11 |



True story
Marido apanha mulher com outro em pleno acto de fellatio. Mais do que a traição, é o detalhe que o choca:
- Comigo nunca quiseste tu fazer isso!

Jorge Moniz às 22:10 |



Preciso...
... de uma tábua.
(mania de ser perfeccionista...)

Jorge Moniz às 09:31 |




Mais interessante do que ver se hoje há posts a violarem o dia de reflexão, vai ser amanhã as sondagens de boca de urna a aparecerem por aqui antes da hora.

Jorge Moniz às 08:12 |



sexta-feira, fevereiro 18, 2005


A postos



Jorge Moniz às 14:23 |



As sondagens



- Se este cenário não lhe agrada, levante o rabo do sofá e vá votar.

- Se este cenário lhe agrada, olhe que pode haver muita gente a pensar o mesmo, ficar em casa e o cenário altera-se, por isso levante o rabo do sofá e vá votar.

- Se se está nas tintas, estes gajos são todos iguais, olhe que há mais meia-dúzia de partidos no boletim que não aparecem nas sondagens. Quer saber quais são? Levante o rabo do sofá e vá votar.

Jorge Moniz às 12:46 |



A propósito das eleições voltei a fazer este teste

E o resultado foi este:


Jorge Moniz às 00:06 |



quinta-feira, fevereiro 17, 2005


Porquê?
Porque sim. Não tem de haver razões maiores do que essa. Acontece, decide-se, pronto. Até nem vale a pena andar muito tempo a pensar no assunto. Num determinado segundo a decisão aparece na mente, no seguinte é tomada e no outro assumida. Depois é só viver com isso e mais nada. É até muito fácil, mais fácil do que parece. Fecha-se uma porta, abre-se outra e da sala anterior já só há um eco distante. Sem arrependimentos. Olhando em frente.

Jorge Moniz às 23:42 |



quarta-feira, fevereiro 16, 2005



Muitos anos depois ainda acontecia vir aquele cheiro assaltar-lhe a memória. Era ao mexer num livro, num cd, numa camisola que já não se lembrava de onde tinham vindo. Mas o cheiro sim, desse lembrava-se. Em dias de chuva chegou a pensar que podia farejar todos os objectos da casa e deitar fora os que tivessem aquele cheiro. Logo depois desistia, desculpando-se com a suposta infantilidade do acto. Às vezes, nas noites mais frias, dava por si a ir buscar aquela camisola, a verde escura cheia de borboto, e não a vestia, não, mas abraçava-a e sentia-lhe o cheiro enquanto adormecia muitos anos antes.

Jorge Moniz às 18:09 |



É triste...
... quando um gajo descobre (no melhor estilo do "Mr. Bean takes an exam") que anda há um mês a olhar para o lado errado de uma folha A4. E agora talvez seja tarde demais para corrigir.

Jorge Moniz às 10:45 |



terça-feira, fevereiro 15, 2005


Em vez de...



... vir fazer a primeira parte de uns tais Keane, o Rufus devia era vir com a sua madrinha... Digo eu, não sei...

Jorge Moniz às 15:01 |



Isto é só surpresas
Agora acabo de descobrir que o Paulo Portas é da família da Irmã Lúcia!

Jorge Moniz às 10:36 |



segunda-feira, fevereiro 14, 2005


Uma perguntinha:
Sábado, 19 de Fevereiro, é dia de reflexão no qual a Lei proíbe acções de campanha eleitoral.
E os blogs - fecham?

Jorge Moniz às 19:44 |



Afinal há coligação!
Vi esta tarde um rapaz a colocar folhetos de campanha eleitoral em caixas de correio. Na mesma mão tinha dois molhos: um do PSD e outro do PP.

Jorge Moniz às 19:43 |



Em choque
Acabo de descobrir (ingénuo!) que isto não é a gozar, é oficial e passa no início dos comícios do PSD!

Jorge Moniz às 18:54 |



sexta-feira, fevereiro 11, 2005


Juro...
... que se eu entro em mais algum site ou loja cheios de corações, ou recebo mais uma sms promocional, escrevo um post irado cheio de pontos de exclamação!!!!!!

Jorge Moniz às 16:55 |



Em ti
é que se rasgam as teias
se lavam ideias
se rompem formatos
e pintam retratos,,,
de aguarelas acidentais.

Jorge Moniz às 15:27 |




Existe uma situação caricata na língua (ou antes na sociedade) portuguesa, que é a utilização da abreviatura Dr. . Dizem umas supostas regras de alguma suposta etiqueta, que se aplica o título Dr. a quem é licenciado e Doutor a quem é doutorado. Ora, como é óbvio, Dr. não passa de abreviatura de Doutor e portanto a sua utilização deveria ser exactamente a mesma.

Isto tem a ver com uma mania burguesista parola surgida no século XIX, que criou nos portugueses o hábito (obrigação?) de tratarem quem tinha algum tipo de canudo (ou pretendia tê-lo) por um título antes do nome. E infelizmente a situação ainda hoje perdura. Enquanto nos países de língua inglesa as pessoas são tratadas por Mister Bush e nos de língua francesa por Monsieur Chirac, por cá continuamos com o Dr. Santana Lopes e o Eng. Sócrates (e, a propósito, o melhor é nem falar dos examinadores de condução!).

Claro que há excepções recomendáveis: lembro-me de há uns anos nas portas dos gabinetes da Faculdade de Ciências em Lisboa os nomes dos ocupantes serem precedidos de Doutor, Mestre, ou Licenciado, conforme o grau académico de cada um. Nada de Dr.'s ambíguos.

Mas o que é um triste facto é que se sabe que o tratamento obtido social ou profissionalmente é diferente quando no cartão de visita aparecem algumas letras antes do nome, bom dia Sr. Engenheiro, com certeza Sr. Engenheiro, ora essa Sr. Engenheiro.

Ora na língua inglesa há uma outra situação curiosa: Mrs. é abreviatura de Mistress, mas digamos que identificam personagens antígonas na tríade do casamento. Felizmente, Mrs. lê-se missus, o que já vem do século XIX.

Já agora é interessante notar que os nomes usados para designar a "outra" em inglês, francês e português, não têm etimologicamente nada de pejorativo: Mistress = Senhora, Amante = Aquela que ama.

Vem tudo isto a propósito do título de hoje do Washington Post: "Camilla, from Mistress to Mrs.".

Jorge Moniz às 11:45 |



quinta-feira, fevereiro 10, 2005


Mais cedo ou mais tarde...
... teria de ser.

Jorge Moniz às 23:49 |



Observação dos últimos dias
A profissão de perchista anda com falta de pessoas competentes.

Jorge Moniz às 14:27 |



quarta-feira, fevereiro 09, 2005




Amadeo de Souza-Cardoso

(que por acaso até foi amigo deste outro Amedeu)

Jorge Moniz às 18:49 |



Frases ouvidas em esquinas genéricas:
Já se notam os dias a ficar maiorzinhos...

Jorge Moniz às 17:33 |



terça-feira, fevereiro 08, 2005



Life is like a box of chocolates. You never know what you're gonna get.

Mrs. Gump

Jorge Moniz às 20:40 |



quinta-feira, fevereiro 03, 2005


John Hurt dá hoje uma key note na Univ. Coimbra
Para contextualizar, deixo aqui parte da entrevista que deu ao Público em Setembro passado:

"A Indústria de Portugal Precisa de Mão-de-obra Qualificada
Quinta-feira, 23 de Setembro de 2004, jornal Público

Do que falamos quando falamos em inovação? Em qualificação e cooperação, diz John Hurt, especialista em inovação e cooperação da National Science Foundation dos Estados Unidos. Depois de ter redigido um relatório, a pedido do Governo português, sobre as potencialidades e fraquezas da indústria portuguesa em termos de inovação, Hurt realça agora que temos de incentivar mais a colocação de engenheiros e doutores da indústria. Por Ana Machado

John Hurt realça, entre os mais fortes trunfos da indústria portuguesa os moldes e a investigação na área dos polímeros. "Mas sabe quantos doutorados encontrei na última visita que fiz? Apenas um", confessa. Hurt, director do programa de cooperação e inovação da National Science Foundation - a entidade que gere o financiamento público da investigação nos Estados Unidos - não poupa elogios ao nível da investigação feita em universidades portuguesas como a Universidade do Minho e o Instituto Superior Técnico. Mas há coisas que aconselha a mudar, como o facto de Portugal ter de deixar apenas de produzir componentes e ter de pensar em termos de todo o sistema.

(...)

E quais foram as conclusões a que chegou e que sugestões avançou?

Concluí que a indústria de polímeros, de moldes e plásticos, era perfeita e fiquei muito bem impressionado com o trabalho desenvolvido nesta área na Universidade do Minho. Tanto que quando fui para casa incentivei a cooperação entre esta universidade e empresas e universidades norte-americanas na área dos polímeros. Em Outubro, terá lugar nos EUA um encontro em que participa a Universidade do Minho. Mas sabe quantos doutorados encontrei na última visita que fiz [à indústria de moldes]? Apenas um. Sugeri que a indústria de Portugal precisa de mão-de-obra qualificada. O número de cientistas na indústria tem de aumentar. Tem de se investir mais na investigação. Tem de se investir na mão-de-obra qualificada. E a mentalidade tem de mudar, no sentido de se começar a pensar em termos de sistema e não apenas da produção de componentes. Portugal pode produzir todos os componentes de uma bicicleta mas não faz bicicletas. Há uma questão cultural a vencer: se somos os melhores do mundo a fazer componentes não precisamos de nos preocupar. Mas à beira de uma União Europeia alargada é necessário mudar isso. Há riscos envolvidos quando agimos com o sistema como um objectivo que não há quando produzimos só componentes. Mas o risco é algo que temos de enfrentar. Portugal pode dominar a indústria dos plásticos na Europa, mas tem de inovar. Há também a necessidade de fomentar mais a relação entre a indústria e as universidades. Começámos isso nos EUA em 1974 e reforçamos a ideia de novo em 1985. A indústria hoje cobre dois terços das necessidades financeiras da investigação. O Estado financia apenas um terço. Isto faz muita diferença.
(...)
Portugal sempre foi um país de imigração. Mas agora o Governo quer saber como fazer regressar os investigadores que partiram.

Não se pode obrigá-los a ficar, mas pode tentar-se que regressem. Isso é excelente. Tem de se fixar a mão-de-obra portuguesa. Percebem a língua, a cultura, já não precisam de se adaptar. E pode apelar-se ao orgulho nacional. Conheci alunos portugueses brilhantes, entusiastas, que querem mudar o rumo das coisas no seu país.

Como se pode evitar a fuga de cérebros, que ocorre?

Essa expressão faz-me confusão. Tento evitá-la. Parece que vão desaparecer todos os cérebros que educamos. As pessoas vão para onde têm oportunidades. Temos de aumentar as oportunidades que lhes oferecemos. Senão formamos as pessoas e depois vão-se embora. Investimos nelas e não temos retorno. Se gerarmos oportunidades, elas voltam.

Os EUA e a Europa lutam para ver quem consegue dar mais oportunidades e fixar mais investigadores. Vê esta realidade como uma competição, como uma corrida?

É essencial para a América a competição. Não o vemos como uma corrida. Estamos numa nova era tecnológica e a concorrência é saudável. É o que torna as duas partes muito melhores.

E a Ásia?

É uma competição à escala global, claro. Mas estávamos só a falar da Europa. O Japão era, nos anos 80, uma ameaça, mas a sua economia tem vindo a desacelerar. A Coreia do Sul e a Indonésia, esses estão a crescer loucamente. Mas esta competição, embora cada vez mais forte, é algo muito saudável. É necessária. Não é uma ameaça. A inovação exige competição para que sejamos sempre melhores."

Jorge Moniz às 11:26 |



Rádio matinal III
Como esta semana a TSF dedica o período a seguir às 10 da manhã a entrevistas ligadas às eleições, ainda mais ridícula se torna a existência de um programa chamado Fórum Mulher a partir das 15h. Por outras palavras, esta semana só AS ouvintes é que podem falar - OS ouvintes calam-se. Ou então foi a pensar neles que o PSL hoje resolveu adiar a sua entrevista e temos neste momento o único Fórum desta semana em que os homens podem falar.

Jorge Moniz às 10:45 |



quarta-feira, fevereiro 02, 2005


Sophie Neveu
Já foi Julie Delpy, já foi Sophie Marceau e agora parece que vai ser Audrey Tautou.
De resto temos Tom Hanks/Robert Langdon e Jean Reno/Bezu Fache.
Até ver.

Jorge Moniz às 21:32 |



Depois da nova cara da TAP, outra boa notícia

A preocupação de formar melhor os jornalistas portugueses que tratam de assuntos ligados à ciência e ao ambiente levou à constituição de uma associação, apresentada hoje em Lisboa, que pretende seguir alguns exemplos europeus.

Finalmente, digo eu, que já há muito tempo falo nisto!

Jorge Moniz às 19:40 |



2 (parte 2)
Já que eu ontem não soube assinalar a data convenientemente, houve quem o fizesse muito melhor do que eu, com a paciência para reler dois anos de palavreado e resumi-los melhor do que ninguém.

Jorge Moniz às 14:42 |



Rádio matinal II
Para compensar, foi deliciosa aquela reportagem da TSF sobre os livros que as pessoas mandam para o lixo. Aos aterros chegam às centenas.

O aterro de Castelo Branco já fez um acordo com a Câmara Municipal, para lhes fornecer os livros encontrados no lixo em bom estado (às vezes autênticas pérolas do ensino de antigamente), sendo outros oferecidos por exemplo a Timor.

Um aterro no Porto já tem também uma biblioteca própria onde guardam os livros que encontram, embora o volume de lixo seja tal, que não é humanamente possível os funcionários recolherem todos os que passam nos tapetes rolantes.

Em Lisboa, uma responsável diz que não fazem qualquer recolha por razões de saúde pública, uma vez que nos eco-pontos azuis ainda aparece muito lixo não celulósico, às vezes mesmo com líquidos que contaminam o restante do papel.

(Renato, temos de falar com um certo gajo sobre isto...)

Jorge Moniz às 11:09 |



Rádio matinal I
Ontem José Sócrates deu uma entrevista na RTP. Foram abordados vários temas, até se tentou desvendar um pouco sobre a orgânica de um futuro governo PS.

Hoje nas notícias da rádio (às 7 na TSF e às 8 na Antena 1) a entrevista teve direito a vários minutos sobre a parte dos boatos, colos, insinuações, respostas e contra-respostas, quem está mais ofendido, etc. A TSF ainda acrescentou a parte de José Sócrates concordar com a cobrança das dívidas dos clubes. Agora do resto, nada.

Assim como foi com Sócrates costuma ser com os outros. À noite há um comício de um partido e o que vai para as rádios e televisões raramente são as partes de projectos e promessas, é quase só a troca de acusações e queixumes entre dois ou mais partidos.

Quando as pessoas se queixam de que os políticos falam, falam e não dizem nada de útil, convinha talvez ir beber à fonte, já que o cântaro parte-se pelo caminho e perde muita água.

Jorge Moniz às 11:06 |



terça-feira, fevereiro 01, 2005


Declaro aprovadíssima a nova imagem da TAP



A actual data de 1979 e aquelas cores e aquele design já cheiravam a bafio.
A equipa de gestores continua a dar mostras de saber o que faz, também na decisão económica de se irem pintando os aviões com as novas cores apenas à medida que cheguem à data em que teriam de ser repintados.
Naturalmente as fardas (e penso que também o resto do equipamento, aquela folhinha das crash positions, etc.) seguir-se-ão, estando o processo concluído daqui a cerca de um ano (se bem me lembro do que ouvi nos telejornais, porque na net não encontro nada...).

(já agora, seguindo na linha de rejuvenescimento de imagem, podiam concluir a fusão com a Portugália e beneficiar das suas assistentes de bordo...)

Jorge Moniz às 22:45 |



2
Dois anos a morder.
À falta de inspiração fui espreitar o que escrevi no dia do primeiro aniversário e continua a fazer sentido:

"Pelo caminho isto mudou de nome e de aspecto gráfico umas quantas vezes. Hoje gosto como está, mas não sei o que direi amanhã.
Pelo caminho fui alargando o tipo de coisas que aqui deixo. Num dia uma linha, no outro trinta e no outro nenhuma. Num dia cito, no outro invento e no outro penso.
Pelo caminho fui perdendo alguns leitores que conheço, conhecendo alguns que ganhei e ganhando alguns que não conheço. É assim, sem juízos.
E agora chega de olhar para trás, venha o resto, seja lá o que for."

Jorge Moniz às 18:43 |




               time
             a
         at
    step
one

Jorge Moniz às 11:34 |