(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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sexta-feira, fevereiro 25, 2005


Living Apart Together
Acabo de conhecer esta expressão e o que ela encerra de significado num artigo da Visão. Trata-se de casais que optam por viverem sempre juntos e separados. Duas casas ao lado uma da outra, dois andares da mesma casa, alguns quilómetros de distância. Nalguns casos duplicação de equipamentos domésticos.
Um casal de vizinhos em Birre, tem cada um a sua casa (já eram divorciados) e quando vão de férias até chegam a alugar duas casas juntas. Cada um leva os seus filhos para a sua casa.
O conceito ultra-racional é o de só estarmos juntos quando queremos e assim não nos fartarmos. Tem muito a ver com pessoas que já viveram sozinhas e que gostam, precisam do seu espaço, sendo também de um nível económico elevado que lhes possibilite a excentricidade.
Cada um tem os seus hábitos domésticos, que não quer alterar, os seus horários de trabalho e muitas vezes há experiências passadas que criam alguma repulsa pela vida em comum. O egocentrismo é naturalmente alimentado.

Permitam-me o conservadorismo de ficar com a inquietação de onde é que vamos parar. Como serão as famílias daqui a cem anos.

Jorge Moniz às 11:15 |