(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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terça-feira, março 08, 2005



Esta manhã a cada vez mais periclitante pilha-encostada-a-fileira-de-livros-e-afins, que adorna a mesa ao lado da cama, finalmente cedeu.
Eu tenho andado para lhes dar (aos livros) a boa notícia de que estão a dias de ter um poiso novo, na forma de uma estante mais adequada. Mas hesito quanto à forma: como é que se fala a um livro? Em voz baixa e com luz difusa? Escrevendo um post-it, colando-o na folha de rosto e fechando gentilmente o livro? Ou apenas tocando a capa com a ponta dos dedos?
Mas afinal talvez não seja preciso fazer nada para eles perceberem - pelos vistos já se começam a inquietar e a atropelar na ânsia de conseguirem o melhor lugar na nova estante.

Jorge Moniz às 12:18 |