(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



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os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



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as imagens

 
pessoais
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brevemente
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quarta-feira, março 02, 2005


Para o aniversariante do dia

Quando vires uma estátua de um cavalo com um homem em cima, repara nas patas da frente do cavalo.
Se tem as duas patas levantadas, quer dizer que o homem morreu em batalha.
Se tem uma só pata levantada, o homem morreu por causa dos ferimentos de uma batalha.
E se tem as patas todas no chão, o homem morreu de causas naturais.

Mas isto é uma historieta que se conta e que não sei se é verdadeira. Se fores por exemplo ao Terreiro do Paço em Lisboa, vês lá uma grande estátua de um cavalo com um homem em cima.
O cavalo chamava-se Gentil, um dos mais belos cavalos portugueses da época. O seu dono era o Marquês de Marialva e emprestou-o ao escultor Machado de Castro para servir de modelo. Repara que o cavalo tem a pata direita levantada (as pessoas até costumam brincar dizendo que neste cavalo a pata direita é a esquerda).
O homem em cima desse cavalo chamava-se D. José I e foi Rei de Portugal, mas não morreu por causa dos ferimentos de nenhuma batalha. Aliás, a estátua foi inaugurada a 6 de Junho de 1775, no dia em que o Rei D. José I fez 61 anos. E ele estava lá (mas não se mostrou - ficou escondido numa janela ali ao pé, porque era um Rei muito tímido).

Já agora, fica também sabendo que a estátua levou quase 40 toneladas de bronze. Foi construída em Santa Apolónia, ali ao pé, mas demorou 3 dias e meio a ser levada até ao Terreiro do Paço, num carro feito de propósito e puxado por mais de mil homens!

Jorge Moniz às 19:55 |