segunda-feira, julho 16, 2007
Era o varão de ferro já torto com capa de plástico branca a bater na bancada para exigir o silêncio (porque os de madeira partiam-se). Era o cachimbo. Eram os paus de giz a voar na direcção de quem estivesse a conversar. Eram os pontapés no electrão. Eram os exames de Química II com perguntas do arco da velha. ("O que tem em comum a jóia da coroa, a Dinamarca e o lápis com que fez as suas cábulas?") Era o traje de Oxford. Eram os gestos largos, as passadas pausadas. Eram os dedos, claro. Era a voz possante. Era a aula das seis a começar não antes das seis e dez. Era a primeira aula de Química I de cada ano a ser assistida por alunos de todos os anos e professores avulsos. Era o velho BMW branco a criar ervas debaixo. Era o gabinete caótico. Era dizer-nos logo no primeiro semestre do primeiro ano “vocês não tenham ilusões, os químicos morrem mais novos”. O Professor Romão Dias faleceu ontem, com sessenta e poucos anos. Uma criança.
Homenagens de alunos, colegas e não só: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui. Nos jornais: aqui. Na Sociedade que fundou: aqui. Entrevista pelos seus 60 anos, com nota biográfica: aqui.
Jorge Moniz às 19:33 |
domingo, julho 15, 2007
Ao contrário do que é de bom tom, eu tendo a pensar que as elevadas abstenções dizem mais dos abstencionistas do que dos candidatos.
Jorge Moniz às 21:53 |
terça-feira, julho 10, 2007
Papel afixado numa conservatória do registo civil: "Em virtude da informatização do sistema, para a passagem de certidões de óbito passa a ser necessário além da documentação normal, a seguinte:" (segue-se uma lista com meia dúzia de itens)
Ou seja, já que o computador permite libertar algum tempo de mão-de-obra, criam-se novas necessidades.
Jorge Moniz às 19:03 |
segunda-feira, julho 09, 2007
Passagem de peões lisboeta
Jorge Moniz às 12:57 |
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