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quarta-feira, janeiro 07, 2004
Algum dia tinha de acontecer. Além de as repetições fazerem aumentar a probabilidade, os cuidados foram esmorecendo. De cada vez a pressa era maior e a responsabilidade menor. Sabíamos que os riscos iam crescendo, mas progressivamente deixámos de nos importar com isso. Até que naquele dia, um dia igual a tantos outros, aconteceu o inevitável. Gostava de dizer que a lição foi definitiva, mas não. O erro continuou a ser cometido e só o tempo e a distância (sempre os dois juntos na profilaxia, é curioso) nos curaram. Ou talvez só tenham curado completamente um de nós que vive como se nada fosse, enquanto o outro sobrevive com todo o peso do remorso. Porquê?
(a culpa não devia ser repartida?)
Jorge Moniz às 14:49 |
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