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terça-feira, janeiro 27, 2004
Branco
Às 5 h da manhã os carros da minha rua estavam cobertos de neve. Mas já não nevava nem voltou a nevar. A depressão passou para leste e hoje está um belo dia de (quase) sol. Quando me levantei às 7 h já tinha tudo derretido... Na televisão mostravam imagens da banlieue de Paris com carros a patinarem na neve. Que sim, que esta noite nevou bastante. E eu pensei: raios para os tubos de escape e outras fontes de aquecimento dentro das grandes cidades! Depois pensei melhor: Montmartre é uma colina (apanha portanto com o vento frio em cheio), tem pouco trânsito, fica no caminho do trabalho e é o melhor sítio para ver a paisagem. Não volta a haver uma oportunidade como esta, por isso mochila às costas!
Ao sair do metro em Abessess, enquanto me tentava equilibrar dentro das botas, vi tudo branco à volta. Uma camada de uns bons 10 cm. Saca da máquina, mete o rolo p/b e começa a disparar. Tive de calibrar de novo a marcha para subir aquelas ruas sem patinar muito e, uma vez lá em cima, foi um regalo para o disparador da máquina e um drama para os dedos sem luvas. Só por lá andava eu e os funcionários municipais a espalharem sal e a varrerem neve. À porta do funicular, alguns trabalhadores da RATP de idade respeitável entretinham-se com tiro ao alvo uns aos outros. Tanto quanto a neblina deixava ver, os telhados de Paris estavam todos brancos...
Ainda pensei em fazer um boneco, mas não tinha levado nem a cenoura nem as nozes e hoje é dia de trabalho.
Jorge Moniz às 12:06 |
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