(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



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o passado

 
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segunda-feira, janeiro 26, 2004


A Europa
O povo francês pode ser arrogante e proteccionista, mas tem também um grande interesse em conhecer os outros países da Europa. Hoje em dia, mais do que a produção cultural francesa, Paris tem a vantagem de permitir conhecer outras culturas, seja no cinema, em exposições, nos restaurantes, na rádio ou na televisão. É muito frequente nos programas de informação fazerem-se comparações com outros países, há os documentários de viagens, havia até há uns anos um excelente talk show chamado "Union Libre", com croniqueurs dos vários países da União que contavam particularidades das suas terras em tom ligeiro.
Agora que a União se vai alargar, sucedem-se os programas de rádio e televisão que nos dão a conhecer os novos dez membros. Existe uma rubrica simpática de uns 30 segundos que passa na France5 (e que portanto podem ver aí no cabo), chamada Bienvenus en Europe, onde jovens desses países (que falam todos francês, é curioso!) mostram algumas curiosidades locais. Um dia destes, por exemplo, uma rapariga checa contava que lá é proibido conduzir depois de beber qualquer quantidade de álcool e por isso foi criado o serviço "Drink SOS". Quando nos queremos ir embora, ligamos para um número e vem uma pessoa que nos leva no nosso carro até casa, por um preço ligeiramente superior ao de um táxi e sem limite de distância. O recorde até agora foi Praga-Budapeste.

Proponho-vos agora um exercício para verificar o interesse que o alargamento suscita em Portugal: peguem numa folha de papel e escrevam os nomes dos actuais quinze países da União Europeia. Já está? Agora juntem-lhes os outros dez. Sem batotas. Uma dica: exceptuando dois que são ilhas, é possível atravessar os restantes oito de norte a sul sem passar por nenhum outro país. Parece que a União traçou um novo meridiano mais a leste e disse: agora vamos até aqui.

Jorge Moniz às 10:46 |