quarta-feira, janeiro 28, 2004
neige mêlée I
Quando te abri a porta li tudo nos teus olhos. É possível que tenhamos trocado algumas palavras de ocasião, não me lembro, nem é importante, nem era preciso. Acompanhei-te à sala, ajudei-te a despir o casaco e sentei-te numa cadeira. Atrás de ti, levei as mãos aos teus ombros, os dedos aos tendões, os polegares aos músculos. Respiraste fundo e soltaste alguma palavra imperceptível, um murmúrio. Eu não podia ver, mas sei que fechaste os olhos.
Jorge Moniz às 12:05 |
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