(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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quinta-feira, janeiro 22, 2004



Você deu-se bem conta do que fez? Ou foi como se não fosse nada? Não, não esqueço! Claro que temos de tirar consequências disto! Pode ir pegando na lista telefónica e procurar um hotel com vagas! Ou um motel, se calhar é mais o seu estilo, não? Sempre metido lá com aquelas broeiras de casaco de peles a que vocês chamam secretárias! Não, isto não é uma cena de ciúmes, onde é que eles já vão? Há mais de 6 anos que dormirmos cada um virado para a sua mesa de cabeceira! Nesses assuntos, desde que seja discreto, estou-me perfeitamente nas tintas para o que faz. E até aposto que nunca se apercebeu que eu também sei cuidar de mim. É que eu faço as coisas com mais nível. Não sou uma dessas pirosas que se amanham com uns miúdos todos ensebados nos Alunos de Apolo! Ou acha que a mensalidade do Holmes serve só para eu tonificar as coxas? Não, não estou a exagerar! Tenho uma reputação de receber bem, que foi herdada de muitas gerações da minha família e não vou perdê-la só porque você não se soube comportar com visitas! O Martim? Que é que tem o Martim? Espere... não me baralhe, deixe-me pensar... De facto é uma maçada para ele... Olhe, fazemos o seguinte: até ele acabar as aulas e as explicações, fica tudo como dantes. Mas prometa-me uma coisa: nestes meses, cada vez que vier alguém cá a casa, nunca, mas nunca me apareça na sala de meias brancas!

Jorge Moniz às 13:02 |