(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
<< hoje



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segunda-feira, julho 16, 2007




Era o varão de ferro já torto com capa de plástico branca a bater na bancada para exigir o silêncio (porque os de madeira partiam-se). Era o cachimbo. Eram os paus de giz a voar na direcção de quem estivesse a conversar. Eram os pontapés no electrão. Eram os exames de Química II com perguntas do arco da velha.
("O que tem em comum a jóia da coroa, a Dinamarca e o lápis com que fez as suas cábulas?")
Era o traje de Oxford. Eram os gestos largos, as passadas pausadas. Eram os dedos, claro. Era a voz possante. Era a aula das seis a começar não antes das seis e dez. Era a primeira aula de Química I de cada ano a ser assistida por alunos de todos os anos e professores avulsos. Era o velho BMW branco a criar ervas debaixo. Era o gabinete caótico. Era dizer-nos logo no primeiro semestre do primeiro ano “vocês não tenham ilusões, os químicos morrem mais novos”.
O Professor Romão Dias faleceu ontem, com sessenta e poucos anos. Uma criança.

Homenagens de alunos, colegas e não só: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.
Nos jornais: aqui.
Na Sociedade que fundou: aqui.
Entrevista pelos seus 60 anos, com nota biográfica: aqui.

Jorge Moniz às 19:33 |



domingo, julho 15, 2007



Ao contrário do que é de bom tom, eu tendo a pensar que as elevadas abstenções dizem mais dos abstencionistas do que dos candidatos.

Jorge Moniz às 21:53 |



terça-feira, julho 10, 2007



Papel afixado numa conservatória do registo civil:
"Em virtude da informatização do sistema, para a passagem de certidões de óbito passa a ser necessário além da documentação normal, a seguinte:"
(segue-se uma lista com meia dúzia de itens)

Ou seja, já que o computador permite libertar algum tempo de mão-de-obra, criam-se novas necessidades.

Jorge Moniz às 19:03 |



segunda-feira, julho 09, 2007


Passagem de peões lisboeta


Jorge Moniz às 12:57 |