(mordidas mansas)














(por vezes bravas)



morder
 
os legumes
e o cacau,
à beira-mar,
em dias
e dias
de enganos;
afundando
ao vento
cogumelos
duns e doutros;
sem nada
de nada
ao colo
e recortando
fotos
de cães.

sacudindo
dias
de conversas
no camarote.

comendo
causas,
políticas
e erros
de um lado
e do outro;
fixando
de repente
o que tem
a praia:
letras
e girafas.



morder
o mundo

 
todos os minutos
todas as horas
todas as semanas
em francês
e em inglês



morder
os sons

 
em 5 minutos
debaixo de água
conhecendo
lendo
sentindo
e comprando



morder
as imagens

 
pessoais
amadoras
profissionais
em movimento
brevemente
aqui



morder
as palavras

 
sentidas
no escuro
em busca
de tempo



morder
o passado

 
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sexta-feira, fevereiro 21, 2003



Hoje o Ministro da Ciência e Ensino Superior vai até ao Parlamento e o PCP resolveu aproveitar para apresentar uma proposta para a atribuição de subsídio de desemprego a quem foi bolseiro de investigação (a notícia da rádio fala em professores universitários, mas deve ser engano. Falem com a menina do DN que ela explica como as coisas funcionam).
Se for aprovado (o que muito duvido), é de elementar justiça. Lembro que eu que trabalhei durante 4 anos não tive direito a subsídio de desemprego (aliás, já lá vão 10 longos meses sem rendimentos), enquanto por exemplo, o pessoal que tira cursos via ensino e que faz o estágio obrigatório numa escola, se não for colocado logo no primeiro concurso já tem direito ao subsídio.
Pode-se alegar que os bolseiros não pagam impostos. Mas então que passem a pagar (o que também é improvável, porque seria preciso aumentar os valores brutos, de modo a não baixar drasticamente o rendimento). Anda-se sempre neste limbo entre estudante e trabalhador.
Acho que o melhor seria:
- Bolsas de investigação para quem ainda é estudante de licenciatura ou já é trabalhador, como forma de premiar o trabalho extra;
- Para doutoramentos e outras dedicações exclusivas, deveria ser um contrato de trabalho com as regalias e obrigações dos outros trabalhadores (IRS, segurança social, subsídio de desemprego, férias).

Jorge Moniz às 11:02 |